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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Mobilização de estudantes em favor da greve do magistério estadual em Chapecó-SC

Disponível em:http://sinteregionalchapeco.blogspot.com.br/2012/04/mobilizacao-dos-estudantes-em-favor-dos.html#comment-form. Acesso em: 25/04/2012

quinta-feira, 22 de março de 2012

Fisiologismo não, Dilma sim













Disponível em:http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2012/03/21/ines-dilma-enfrenta-chantagem-do-congresso/. Acesso em: 22/03/12


Nota do blogueiro: Por isso insisto sempre. As pessoas precisam votar melhor para o Legislativo. Votar em quem tem compromisso com categorias de trabalhadores, compromissos sociais, com a educação, com a saúde, públicas e de qualidade. Não votar em quem gasta demais, quem compra votos, quem representa a si mesmo, ou interesses burgueses e empresariais (negócios com o governo). Diminuir a representatividade política do PMDB significa reduzir o fisiologismo (e aí incluímos o ex-governador LHS).

“Quem defende torturador é monstro”

“Quem defende torturador é monstro”, diz Capitão de Mar e Guerra
Por Ana Helena Tavares, do Assaz Atroz

Meados de 2009. O então ministro da defesa, Nelson Jobim, o ex-chefe da polícia de Lacerda, Gustavo Borges, o ex-ministro do Exército do governo Sarney, general Leônidas Pires Gonçalves, e a então ministra do STF, Ellen Gracie; se reúnem para um jantar. “O que ela estava fazendo com esse tipo de gente?”, pergunta-se Santa Rosa.

Abril de 2010. A Lei de Anistia é votada no STF (ADPF 153) e Ellen Gracie, seguindo voto do relator, Eros Grau, e de outros ministros, mantém a anistia aos torturadores.

Início de 2012. Militares da reserva, saudosos de 64 – ano em que, para eles, houve uma revolução – assinam manifesto criticando a Comissão da Verdade. Enquanto isso, dois militares legalistas, cassados em 64 – ano em que foram presos por não compactuar com um golpe – assinam carta-aberta defendendo a mesma Comissão e criticando a “insubordinação e quebra de hierarquia, inaceitáveis na vida militar” contidas no outro manifesto.

Os signatários da carta, que pode ser lida clicando aqui, são Fernando de Santa Rosa e Luiz Carlos de Souza Moreira. Ambos são advogados e militares reformados da Marinha, sendo hoje Capitães de Mar e Guerra. O Quem tem medo da Democracia? [QTMD?] conseguiu contato com os dois. Por problemas de saúde na família, Souza Moreira não pôde dar seu depoimento. Porém, disse sentir-se representado por Santa Rosa, que concedeu longa entrevista exclusiva para o QTMD?, na qual contou sobre o encontro narrado no início deste texto.

Segundo ele, o jantar foi na casa do filho do general Leônidas Pires Gonçalves. Filho este que, depois de vários bons empregos, teria enriquecido depois de ganhar o cargo de diretor financeiro da Rede Globo. Para o militar reformado, isso é o que se pode chamar de “bolsa-ditadura”.

“Mal julgados”
Como advogado, Santa Rosa atua há décadas na defesa de ex-presos políticos e acredita que todos os militantes de esquerda, que lutaram contra a ditadura, já foram investigados e punidos. “O filho de Nelson Rodrigues, que esteve preso, tratado barbaramente na prisão, tem que ser julgado de novo? Quer dizer que está mal julgado?, pergunta-se Santa Rosa. E continua: “Eles (os torturadores) é que ainda não deram a cara a tapa. Foram anistiados de quê, se não houve condenação? Só na cabeça do Peluso… Agora, se houver uma lei que anule a anterior (da Anistia), pronto… O Congresso pode fazer isso, como foi na Argentina.”

“Fruto do medo”
Ele acredita que a expressão revanchismo (muito utilizada por quem é contra a Comissão da Verdade) “é fruto do medo” e não vê conexidade entre os crimes dos dois lados, como entendeu o STF. “Não pode haver conexão entre um crime de um representante do Estado e o crime daqueles que combatem o Estado ditatorial”. Além da tortura, dentre os crimes imprescritíveis cometidos pelos agentes do Estado, está a ocultação de corpos, considerado “crime continuado” (que ainda não terminou). Santa Rosa considera que o Brasil tem que cumprir a condenação da OEA e lembra que “agora até a ONU está pressionando”.

“Comunismo”
O conhecido argumento de que os militares golpistas “livraram o Brasil de uma ditadura comunista” é completamente refutado por Santa Rosa. “Não se pode ser comunista?”, pergunta ele. “E nem todos eram! Existia naquela época o maniqueísmo. Se você não era lacerdista, você era comunista. Se você não era da direita, você era comunista. Se você era legalista, você era comunista… Porque, para ser legalista, tinha que ser anti-Lacerda… Então era o quê? Comunista! Isso não era só nas Forças Armadas. Era em tudo. Se você era nacionalista, era comunista… Mas o comunista nunca foi nacionalista… Era muito mais internacionalista… E hoje quem é internacionalista é o capital… Você vê o absurdo da história… Eu vim, em 1962, para o Rio de Janeiro. Estava fervendo a luta sindical, que não tinha nada de comunismo! O que havia era uma luta muito grande de exigências dos trabalhadores com os patrões… O capital e o trabalho… Sempre! Nunca foi diferente… Mas esses caras (os golpistas), para justificar o que fizeram, começaram a dizer que era para implantar o comunismo no Brasil.”.

Contexto histórico
Todos os principais acontecimentos que antecederam o golpe de 64 – desde a 2ª Guerra Mundial, as várias fases de Getúlio Vargas, o Marechal Henrique Teixeira Lott, que garantiu a posse de JK, a renúncia de Jânio Quadros, a Cadeia da Legalidade de Leonel Brizola até a queda de João Goulart – tudo foi detalhado por Santa Rosa, no início de nossa conversa. O QTMD? disponibiliza o áudio completo, que chega a quase duas horas sem cortes, [para assistir, clique] neste link.

Falando da campanha “O petróleo é nosso”, o Capitão de Mar e Guerra reformado citou a nossa fartura petrolífera como um exemplo de que “somos um país rico que é roubado pelos enganadores do império. Você nunca viu um general americano num tribunal internacional, né? Eles fazem e pedem desculpas… ou nem pedem”.

Mídia: “o quarto poder” [Nota AA: O primeiro deveria ser a vontade do povo]
Santa Rosa comentou que ”não deu pra entender Miriam Leitão e O Globo entrando nessa história. Quando um carro da Globo está na rua, leva pedrada, por quê? Não é à toa… É a desinformação!” Lembrou ainda que “a Folha emprestava os carros de reportagem para os torturadores” e frisou que ”a mídia no Brasil, desde sempre, representou um quarto poder”.

Sobre Carlos Lacerda, recordou que ele chamava Alzirinha, filha de Getúlio, de “prostituta pra baixo” e a acusava de promover “bacanais em Paris”. Além disso, disse que “Lacerda tinha um grupo que fazia a segurança dele, que contava com oficiais da FAB e da Marinha. Daí o caso do Major Vaz, assassinado na Rua Tonelero. O que ele estava fazendo ali? Era capanga do Lacerda!”.

Desse modo, Santa Rosa deixou claro que, desde os tempos de Vargas, parte da imprensa brasileira e empresários estrangeiros representavam a ponta civil do golpe que se concretizaria em 64. Num dado momento, “as forças armadas entraram nisso também”.

Enfatizou o “também” e detalhou: “O Brigadeiro Eduardo Gomes, remanescente dos 18 do Forte, em 1945 se candidatou à presidência e perdeu para a UDN. Eles (a UDN) nunca ganharam nada democraticamente, foram sempre golpistas. Depois, ele se candidatou em 1950 e foi fragorosamente derrotado (aí, sim, no voto) por Getúlio. Então, o Brigadeiro Eduardo Gomes levou a política para dentro da FAB (Força Aérea Brasileira) e isso repercutiu na Marinha.”

A difamação de Getúlio e outras tentativas de golpe
O atentado da Rua Tonelero aconteceu em 1954, mesmo ano em que Santa Rosa fez o “juramento à bandeira” na Escola Naval. “Getúlio esteve lá (no dia do juramento), mas não deixaram a guarda dele entrar junto. Foram os aspirantes da Escola que fizeram a segurança para poderem continuar com as agressões ao presidente da República. Isso foi em 11 de Junho, eu recebi meu espadim… Depois que Getúlio se suicidou, a primeira coisa que o comandante da Escola Naval fez foi reunir o corpo de aspirantes e dizer que a carta-testamento era mentirosa. Aí cria-se uma série de histórias para continuar a desmoralizar Getúlio…”

Nos anos JK, “houve duas tentativas de golpe, conhecidas como Aragarças e Jaquereacanga.” Segundo Santa Rosa, “muitos golpistas de 64 participaram dessas tentativas anteriores. E, em 61, quando Jânio Quadros renunciou e seu vice João Goulart precisou voltar às pressas da China, houve ameaça de abaterem o avião presidencial”. (Nota AA: Tá vendo, presidenta Dilma?]

A prisão de Santa Rosa e a concretização do golpe de 64
“Um dia, eu estava de serviço aqui no RJ e soube que o meu ex-comandante em Salvador havia sido nomeado por João Goulart como superintendente da Costeira (Companhia Nacional de Navegação Costeira). Então, eu quis dar um abraço nele. Ele morava na rua Tonelero. E me convidou para ir com ele para a Costeira. Eu fui… Estava iniciando o mês de Março de 64. No dia 13, houve o comício (de João Goulart) na Central do Brasil. Meu chefe disse: ‘Vai lá e veja como está o pessoal da Costeira’. Cheguei lá… A polícia do Exército tinha feito uma área em volta do palanque para repórteres. Eu fui para essa área e a TV Rio me deu um close… Quando chegou na Semana Santa (pertinho do golpe), os marinheiros se rebelaram, mas não com armas… Fizeram um movimento de protesto dos metalúrgicos de São Cristóvão… Aí começou o bolo… Eu era Capitão-Tenente e tinha uma função de governo: eu era assessor de confiança do superintendente da Costeira. E foram me dadas instruções para acompanhar pessoalmente a crise… Houve o último discurso de Jango e um advogado amigo meu me disse: ‘Pelo discurso, ele tá caído…’ Dia 31, fiquei na Costeira. Dia 1º, voltei pra casa, passei pela sede da UNE e estava sendo incendiada… E tinha um monte de gente com bandeiras brancas invocando Jesus… Porque a Igreja Católica apoiou o golpe, no início. Bom, aí no dia 6 eu me reapresentei na Costeira e… fui preso! Fiquei 58 dias preso no navio Princesa Leopoldina. E aí já estavam matando gente… No dia 4 de Abril, mataram, com 7 tiros pelas costas, o coronel aviador Alfeu, na base aérea de Canoas. São esses caras (que matam pelas costas) que hoje são tidos heróis… Tem um Brigadeiro Hipólito, que desde Major, na época do ‘Petróleo é Nosso’, já torturava sargentos em bases aéreas do Nordeste. Isso está na ‘História Militar do Brasil’, do general Nelson Werneck Sodré.”, contou Santa Rosa.

E nunca acontece nada com “esses caras”?
“Nada! Eles são ótimos! Os comunistas somos nós… Os terroristas… Eles não… São todos honestos! Como era o Major Albernaz… Você sabe o que esse animal fez? Animal não! Não vou xingar os animais! Esse cara é monstro! E os que defendem essa gente são monstros também! Por omissão e por adesão… O general Paiva (que deu entrevista a Miriam Leitão) falou tanta idiotice… E olha que o militar, quando chega ao posto de general, não é um bobo… Ele chega por qualidades… Mas esse general não tem consciência de coisa nenhuma, não tem nem alma! Eu tive pena da entrevista dele. Ele não respondeu nada. Eles se apoiam numa anistia escandalosa que dizem que foi negociada. Foi nada! Isso foi o general Figueiredo que impôs. A história do Frei Tito, por exemplo… O Major Albernaz pegou ele, um rapaz de 28 anos, e disse: ‘abre a boca que vai receber a hóstia sagrada’…. Com o Frei Tito já todo escangalhado, destruído, o Major meteu dois fios de eletricidade, um positivo outro negativo, e deu uma descarga elétrica na boca dele… Isso está descrito com detalhes no livro ‘Batismo de sangue’, do Frei Beto. Então, esses são os homens salvadores da pátria.”, desabafou Santa Rosa, carregando na ironia.

Ministério da Defesa: “um biombo de fascistas”
A cassação de Fernando de Santa Rosa foi publicada no Diário Oficial de 25 de Setembro de 1964. E até hoje ele não foi totalmente anistiado. “Eles procuram dificultar e interpretar toda a legislação subsequente de modo a prejudicar, principalmente, os militares cassados. Porque os civis quem está tratando disso é a Comissão de Anistia e o Ministério do Planejamento, pela Lei 10559. Quanto aos militares, cabe à Comissão de Anistia e ao Ministério da Defesa, que é um biombo de fascistas! Os milicos fascistas pululam lá e conseguiram dominar o CONJUR, a Consultoria Jurídica, que nada mais é que uma parte da AGU (Advocacia Geral da União). Já chegou ao ponto de o CONJUR do Ministério da Justiça se chocar com a do Ministério da Defesa. A obrigação que o Ministério da Defesa tem é de cumprir as decisões publicadas por portaria do Ministro da Justiça. Mas eles pressionam e querem mudar”, disse Santa Rosa.

“Eles se acham a justiça”
I Curso de Direito das Funções Militares
Santa Rosa explicou que este curso foi em 2009. Segundo ele, “o problema é que a OAB não tomou conhecimento.O curso foi dado por altos oficiais militares. O que essa gente sabe de Direito para ensinar desembargadores, magistrados e juízes como julgar? E ainda põem um cadete apresentando o espadim… Cadê o símbolo da Justiça se é um curso de Direito? Eles se acham a Justiça e tem aí um desembargador fascista (sublinhado) que só julga o que eles querem…”

A ação da OAB para revisar a Lei de Anistia (ADPF – 153)
Quem entrou com a ação, em 2009, foi o então presidente da OAB, Cezar Brito. De acordo com Santa Rosa, … “para tratar desse problema desses torturadores, genocidas, assassinos. Esse pessoal estranho que está fazendo assinaturas para virar a página… Que página que vai virar? Choque elétrico, cadeira do dragão, coroa de Cristo (um aro de metal colocado na cabeça e apertado até estourar o crânio)… Esses caras querem que esqueça porque não foi na mãe deles! Nem na esposa, nem nos irmãos, nos filhos… Foi no dos outros! Aí querem que esqueça, porque eram ‘comunistas’… Como se comunista não pudesse pensar, não pudesse existir! E (como já disse) nem todos eram… Hoje, eu sei o que é comunismo. Esses porcarias não sabem nada, porque não leem! Leem ‘Seleções’, aquela revista americana…”

“Eros Grau teve vergonha e jogou a toga pra lá”
A relatoria da ADPF-153 caiu nas mãos do então ministro do STF, Eros Grau – que foi torturado na ditadura – e votou a favor da anistia aos torturadores. Esse foi o seu último julgamento. Para Santa Rosa, “foi um fim melancólico para Eros Grau. Ele teve vergonha, jogou a toga pra lá e nunca mais deu as caras”.

“Não se faz anistia para o futuro”
Santa Rosa diz que gostaria de perguntar ao general Luiz Eduardo Rocha Paiva (que deu entrevista a Miriam Leitão defendendo a anistia aos torturadores) se a morte de D. Lida Monteiro (durante atentado à OAB em 1980) e a bomba do Riocentro (em 1981) – onde, conta Santa Rosa, “estava o Coronel Wilson, segurando as vísceras” – estão anistiadas. Foram posteriores à Lei de Anistia, de 1979, e “não se faz anistia para o futuro”, garante o advogado e militar.

O pensamento dos militares da ativa
Segundo o general da reserva disse em entrevista a Miriam Leitão, o pensamento dele reflete o do pessoal da ativa. O militar reformado Fernando de Santa Rosa discorda. “Eu frequentava o Clube Naval. Nunca mais fui lá, porque não me sinto bem. Tinha um Capitão de Fragata, da ativa, rapaz novo, muito educado… Eu sou espírita e um dia eu o encontrei num Centro. Ouvimos uma palestra muito bonita. Somos amigos e, quando saímos, ele veio falar comigo e pediu que eu falasse um pouco sobre ‘esse negócio de tortura’… Falei… E ele disse: ‘eu acredito’. Ele foi até comandante do porta-aviões São Paulo. Então, eu digo com toda certeza que eles querem fazer uma consciência chapada, à força, mas existe liberdade de pensamento. Inclusive, nas leis militares, ordem errada pode ser contestada. E existe o direito de ir ao Judiciário. Eles põem na cabeça das novas gerações militares que não pode ir e muitos se prejudicam porque têm medo de serem perseguidos lá dentro. Dizem que a Marinha é aristocrata, mas vai ver quantas assinaturas têm (no manifesto contrário à Comissão da Verdade)… Se tiver dez da Marinha é muito. Só dá verde-oliva! O dever (dos militares) é servir ao país e não ganhar o dinheiro do povo para trair o país. É o que muitos fazem desde 64 nos Clubes Militares”, frisou Santa Rosa, que diz não ter interesse em ser integrante da Comissão da Verdade e não acha que deveria haver militares entre os membros.

“Fosso de lideranças”
Para Santa Rosa, a ditadura militar “criou um fosso de lideranças. Não houve renovação. O futuro desse país se cria num Campus Universitário. Por isso, esses Campus têm que ter liberdade de troca de idéias. Não interessa se é fascista, se é comunista, se é democrata: tem que haver discussão! E o que eles fizeram na ditadura? Invadiram as faculdades, introduziram militares espiões para prenderem as lideranças. Para amedrontarem! Eu estava na Faculdade Nacional de Direito e vi lá dentro o nascimento da luta armada. Porque essa meninada não tinha mais para onde correr… Eu chegava na minha faculdade, todo dia era faculdade cercada. Perguntava: O que houve? Diziam: ‘Nada!’”

A importância para a sociedade
Santa Rosa calcula que “cerca de 70% da população brasileira de hoje não viveram a ditadura.” E, para ele, muitos destes estão “alienados pelas mentiras contadas durante mais de 25 anos. A maioria de nossa juventude se perdeu… É preciso criar consciência para que esse povo saiba a história desse país. A educação está uma tragédia, que começou com Jarbas Passarinho. Estamos pagando esse pato até hoje”.

Clique aqui e assista a Santa Rosa falando sobre a importância dessa discussão para a sociedade.

A presidente Dilma e o Congresso
Quanto à atuação de Dilma, Santa Rosa considera que ela “recebeu uma herança maldita no Congresso e está fazendo o que pode. Está difícil para ela equilibrar isso. Não temos um Congresso confiável. Tirando meia dúzia, o resto é ladrão. O PMDB não é o de Ulysses Guimarães… Isso é a quadrilha! O PMDB não lança candidato à presidência da República… Eles querem ficar atrás pra comer! Esses partidos querem dar apoio ao governo, mas a troco de ministério com porteira fechada. Parece uma fazenda… É um loteamento do dinheiro público! E tem ralo desde o governo federal, até os estaduais e os municípios. E o pior: esse tipo de político acha que o dinheiro público é um dinheiro sem dono. Como eu já vi um prefeito dizer.”

“Se ela fizer um troço malfeitinho…”
“A Dilma está toureando isso tudo e ainda tem gente de esquerda danado com essa moça… Eu me ponho no lugar dela e não queria isso para mim! Criticar é muito fácil… Quero ver dar solução… Se ela fizer um troço malfeitinho, desaba tudo e dá brecha… Não pense você que não existe conspiração… Sempre existiu! Não vejo possibilidade de novo golpe, mas em 64 também não se via… Naquela época, era a ‘casa da mãe Joana’… Hoje, ainda é, mas o Brasil está sendo respeitado pela situação econômica”, analisa Santa Rosa.

“De que barro és feito?”
Fernando de Santa Rosa declama um poema para os torturadores: “Tu comes e dormes, apesar do teu ofício? De que barro és feito, afinal, torturador?”

“Ditadura das elites”
“Não vivemos mais numa ditadura militar, mas vivemos numa ditadura das elites. E quem representa as elites é o Congresso. O político depende da consciência do povo. Se o povo pressionar, eles mudam. Eles têm medo da democracia”, conclui Fernando de Santa Rosa.

Esta entrevista é a 11ª de uma série. Clique aqui para conferir as anteriores. Observação do blogueiro: ver link abaixo

Disponível em: http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/quem-defende-torturador-e-monstro.html. Acesso em: 22/03/12

TV Cultura: uma nova privataria em curso

Por Joaquim Ernesto Palhares, da Carta Maior

A ninguém mais é dado o direito de supor que o colapso da ordem neoliberal conduzirá, mecanicamente, à redenção da esfera pública na vida da sociedade. O que se verifica em muitos países, sobretudo na Europa, é que o pior pode acontecer. A imensa reconstrução a ser enfrentada ainda espera por seus protagonistas históricos. Em muitos casos, sequer existe o que recuperar. A crise realçou carências antigas; respostas nunca antes contempladas de fato, aguardam uma equação inovadora.

Esse é o caso, por exemplo da democratização da mídia. Em São Paulo, nesse momento, o esfarelamento da TV Cultura, uma emissora pública que nunca assumiu integralmente a sua vocação, é uma referência dos desafios a superar.

A exceção de um pequeno hiato nos anos 80, quando, inclusive, alcançou índices de audiência de até 14 pontos, a televisão pública paulista teve seus objetivos desvirtuados pela asfixia, ora financeira, ora política. Ou, como acontece agora, espremidos pelo duplo torniquete de constrangimentos institucionais e econômicos.

Dela pode-se dizer que até hoje não superou uma crise de identidade que conduz a permanente oscilação entre ser um canal estatal, um veículo público ou um arremedo amesquinhado de emissora comercial.

A longa agonia da TV Cultura de São Paulo está longe de ser um problema apenas financeiro, como se alardeia, e menos ainda de natureza técnica. Nichos de qualidade indiscutível comprovaram a capacidade dos profissionais que ali passaram de gerar uma programação diferenciada, irretocável competência. Suas raízes são políticas, agravadas pelo peso de uma agenda histórica que hoje definha. Aqueles que decretaram a irrelevância da esfera pública na construção da sociedade brasileira e de seu desenvolvimento não poderiam jamais ter um projeto coerente de emissora de televisão, voltada para os interesses gerais da cidadania.

Esse é o cerne da montanha-russa vivida pela TV pública paulista nas últimas décadas. Ele explica por que, no Estado mais rico da federação, uma emissora criada há 45 anos, ainda não sabe a que veio; não tem laços orgânicos com a cidadania; não dispõe de estrutura estável de financiamento e, sobretudo, continua a mercê do arbítrio de governantes de plantão que nomeiam e cortam cabeças ao sabor de suas conveniências fiscais e, pior que isso, eleitorais.

A crise da TV Cultura, é forçoso repetir, alinha-se a um processo corrosivo que, por quase três décadas, hostilizou, desdenhou, induziu ao sucateamento e estigmatizou aos olhos da opinião pública tudo o que não fosse mercado; tudo o que não fosse interesse privado, que não refletisse uma eficiência medida em cifras e valores negociados em bolsa, foi desqualificado e loteado.

Nesse funeral da coisa pública, seria um milagre se a emissora de TV do Estado que se notabilizou como a trincheira ideológica desse credo, tivesse outro destino que não o recorrente arrastar de demissões, o liquidacionismo de acervos, programações e talentos. Tudo a desembocar num eterno e desairoso recomeço rumo a lugar nenhum.

A essa montanha desordenada de impulsos irrefletidos agrega-se agora um novo golpe: o loteamento da grade de programação pública aos veículos de mídia privada, alinhados à doutrina e aos interesses dos ocupantes do Palácio dos Bandeirantes.

Reconheça-se a pertinência de um espaço ecumênico de debate jornalístico numa televisão pública, como contraponto à insuficiência – para dizer o mínimo – do noticioso oferecido pela maioria das emissoras comerciais.

Não é disso, porém, que se trata. Quando se concede, unilateralmente, a uma corporação midiática, caso da Folha de São Paulo, 30 minutos semanais, em horário nobre, o que se sugere é uma apropriação do sinal público pela endogamia de interesses que não são os da sociedade.

A construção de uma verdadeira emissora pública de televisão em São Paulo -e no Brasil – não é um capricho ideológico, mas uma necessidade da democracia brasileira. Trata-se de um serviço que a lógica privada do lucro não se dispõe, nem tem condições de atender.

Não é fazendo da TV Cultura um anexo do ‘jornalismo amigo’ produzido na Barão de Limeira que esse objetivo será alcançado.

O desmonte da TV Cultura tem que ser interrompido. Mais que isso, hoje ele tem condições de ser contrastado. O colapso da hegemonia neoliberal reforçou o discernimento da sociedade para a urgente necessidade de se construir exatamente o inverso do que se arquiteta sob as asas da Fundação Padre Anchieta. Ou seja, substituir a dominância dos interesses privados pela regulação democrática das demandas e aspirações da sociedade.

Em São Paulo, o primeiro passo nessa direção tem que ser dado agora. É preciso impedir que uma privatização anômala do sinal público seja consumada na TV Cultura.

Disponível em:http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/tv-cultura-uma-nova-privataria-em-curso.html. Acesso em: 22/03/12.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Link do Vídeo A História das Coisas

Para quem quiser trabalhar temas como Sustentabilidade, Direitos Humanos, Capitalismo, Diversidade, Consumismo, Ética Ecológica. Aí vai o link:
http://video.google.com/videoplay?docid=-7568664880564855303

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Caso Chiarello: laudos tem conclusões diferentes

De acordo com o advogado da família do vereador, Sérgio Martins de Quadros, o segundo laudo aponta nesse sentido pois não foram encontradas evidências de luta corporal e outros elementos que indicassem o homicídio. A tese é que o vereador teria se apoiado na cama para se enforcar.

-Esse laudo foi arranjado- acusou, atribuindo a influência de interesses políticos. –Da forma que está o inquérito será arquivado- avaliou.

Martins de Quadros disse que o primeiro laudo tem evidências de descartam o suicídio, como o sangue que escorreu na horizontal.

- Ele teria que ter se enforcado no chão e depois se pendurado- argumentou.

Ele acredita que o vereador foi morto, amarrado no chão e depois pendurado, pois havia dois sulcos no pescoço do vereador, a fita era menor que a circunferência do pescoço e o nó era firme.

– O nó foi feito por profissionais e o crime tem técnicas militares- avaliou o advogado.

Ele cogita que especialistas atuaram na morte de Chiarello. Ele afirmou que o vereador não tinha motivo para cometer suicídio e, na sexta-feira anterior ao crime, ocorrido numa segunda-feira, tinha conversado com Chiarello sobre novas denúncias de uso da máquina pública em favor pessoal, suspeita de fraude nas planilhas de transporte coletivo e o encaminhamento de um pedido de impeachmeant contra o vereador Dalmir Pelicioli (PSD), alvo de denúncias de improbidade administrativa que resultaram no seu afastamento do cargo de superintende da Prefeitura no bairro Efapi.

O presidente estadual do PT, José Fritsch, também contesta a tese de suicídio.

–O que vale é o primeiro laudo o resto é manipulação- declarou. Fritsch disse que há indícios de homicídio como lesão na cabeça e no nariz e sangue nas costas do vereador.

Fritsch reclamou do segredo de justiça no inquérito. –É uma vergonha, não pode ter segredo de justiça num caso deses- afirmou. O PT deve pedir que um promotor de justiça acompanhe o caso.




>> Ausência de ligações no celular será argumento para federalização




Diretor do IML diz que laudo é técnico e IGP é isento de política

O Diretor do Instituto Geral de Perícias José Maurício da Costa Ortiga rebateu que o advogado da família de Chiarello está sendo pago para contestar as informações. –Ele diz o que quer mas a verdade é uma só- declarou. Ele destacou que a elaboração do laudo leva em conta os fatos, pois foram realizados exames de DNA, e todo o trabalho foi técnico. –O IGP é isento de política- afirmou. Ele não vê problema que o primeiro laudo apontou indícios de homicídio e a avaliação de outros peritos tenha sido por suicídio.

- Já pensou se todo mundo torcesse pro Flamengo- comparou.

O diretor do IML só aguarda a liberação do segredo de justiça para fornecer as informações. O delegado que preside o inquérito, Ronaldo Neckel Moretto, já solicitou a quebra do sigilo para a justiça.

Ortiga não disse abertamente que o laudo aponta para suicídio mas chegou a declarar “que todo mundo já sabe” e que o delegado Geral Aldo Pinheiro D’Ávila já teria dado declarações nesse sentido.

Ávila negou que tenha confirmado que o laudo do IGP tenha concluído pelo suicídio.

– Não disse que foi homicídio nem suicídio pois não vi esse segundo laudo- afirmou.

O delegado geral afirmou que isso será apontado pelos delegados responsáveis pelo caso. –Os laudos mais a investigação é que vão definir- explicou. Ele também rebateu as críticas do PT e do advogado da família afirmando que o inquérito policial é neutro.




Linha do tempo

25 de novembro: Marcelino liga para o suplente Euclides Silva dizendo que vai renunciar ao mandato.




26 de novembro: Marcelino vai na casa do deputado federal Pedro Uczai, diz que vai renunciar e afirma que está sendo ameaçado.




27 de novembro: Marcelino passa o final da tarde e o início da noite na área da casa, com a mulher e o filho.




28 de novembro: Vereador dá apenas três aulas na escola Pedro Maciel, vai para casa e é encontrado morto no final da manhã. Tese inicial é de suicídio mas polícia afirma que é homicídio.




29 de novembro: Vereador é enterrado no cemitério Jardim do Éden, centenas de pessoas prestam homenagem.




30 de novembro: advogado criminalista Luiz Eduardo Greenhalgh vai a Chapecó para acompanhar o caso. Vereador Dalmir Pelicioli (PSD), afastado da superintendência da Efapi por denúncias que teriam Chiarello como um dos autores, dá coletiva dizendo que não tem nada a ver com o crime. Alunos da Escola Pedro Maciel colam cartazes em homenagem ao professor.




1 de dezembro: Greenhalgh tem encontro com autoridades de Segurança Pública em Florianópolis. Polícia diz que crime está ligado á vida pública do vereador.




2 de dezembro: Perícia complementar é realizada na casa do vereador




3 de dezembro: Diretório do PT dá coletiva onde anuncia ação contra o Estado por vazamento de fotos do vereador. PM apreende computadores que teriam vazado as fotos.




5 de dezembro: Ato público por Justiça e Cidadania reúne entre duas e três mil pessoas.




6 de dezembro: MP anuncia que já tem roteiro do vereador entre a escola e sua casa.




19 de dezembro: Entidades fazem vigília em frente à Delegacia Regional de Polícia pedindo agilidade no caso.




28 de dezembro: Celebração em frente à Catedral Santo Antônio lembra um mês da morte do vereador.




3 a 13 de janeiro: Vigília no Salão Paroquial da Comunidade Santo Antônio, com celebrações todas as noites.




9 de janeiro: Polícia Civil pede prorrogação para conclusão do inquérito.




19 de janeiro: Delegado Ronaldo Neckel Moretto afirma que não pode passar informações pois o inquérito está sob segredo de justiça.




20 de janeiro: Lideranças do PT e o advogado criminalista Luiz Eduardo Greenhalgh realizam audiência com o secretário de Segurança Pública e Defesa do Cidadão César Grubba pedindo empenho no caso e conclusão dos laudos.




27 de janeiro: Diário Catarinense tem acesso ao laudo do médico legista Antonio De Marco onde as causas da morte são apontadas como traumatismo crânio-encefálico e asfixia mecânica. Delegado de Chapecó, José Augusto Brandão, informa que polícia vai pedir nova avaliação do exame cadavérico pois considera o laudo inconclusivo.




3 de fevereiro: Caminhada na Avenida Getúlio Vargas e ato ecumênico na Praça Coronel Bertaso pede esclarecimento do caso Chiarello.




9 de fevereiro: Polícia Civil solicita nova prorrogação do inquérito.




10 de fevereiro: Deputados Pedro Uczai , Luciane Carminatti e Dirceu Dresch realizam audiência com o Procurador Geral da República, Roberto Monteiro Gurgel, para solicitar a federalização das investigações do caso Chiarello
Disponível em:http://wp.clicrbs.com.br/chapeco/2012/02/15/caso-chiarello-laudos-tem-conclusoes-diferentes/?topo=77,2,18. Acesso em: 15/02/12



Opinião do blogueiro (amigo de Chiarello): Tem gente poderosa interferindo no trabalho da Polícia e do IGP sim. Foi homicídio, e mais, estes disparates na investigação, apontam para homicídio com motivação política.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Pitonisa de Tebas ou de Delfos?

Essa é do blog do amigo professor Ademir Tonello

Segundo o personagem do ator Marcelo Serrado (Crô), da novela global "Fina Estampa" sua patroa Tereza Cristina (Cristiane Torloni) seria a reencarnação da Pitonisa, da Nefertiti e de outras personagens egípcias.
Porém, as pitonisas mais famosas ficavam no Oráculo de Delfos do deus Apolo e não em Tebas.
O oráculo de Delfos ficava no templo de Apolo – o mais importante local religioso do mundo grego antigo – que estava incrustado numa região montanhosa. Os generais buscavam conselhos do oráculo a respeito de estratégias de guerra; os colonizadores procuravam orientação antes de suas expedições para a Itália, Espanha e África e os cidadãos consultavam-no sobre investimentos e problemas de saúde.
Ele funcionava numa câmara secreta localizada no subterrâneo do templo que era conhecida como ádito; ali somente podiam entrar os sacerdotes e os adivinhos que faziam previsões. Esses adivinhos eram chamados Phyton, nome mitológico de uma serpente monstruosa morta pelo deus Apolo.

Em Delfos, os adivinhos eram sempre do sexo feminino; algo surpreendente se levarmos em conta a misoginia, o desprezo que os gregos tinham pelas mulheres. Embora devesse ser natural de Delfos, a pitonisa não herdava essa posição por seus vínculos familiares com a nobreza, como acontecia com a maioria dos sacerdotes e sacerdotisas.

Segundo a tradição, a inspiração profética do poderoso oráculo era atribuída a fenômenos geológicos: um gás que subia por uma fenda na terra onde havia uma fonte de água.
Esse antigo testemunho é bastante difundido e provém de várias fontes fidedignas: historiadores como Plínio e Diodoro, filósofos como Platão, poetas como Ésquilo e Cícero, o geógrafo Estrabão, o escritor Pausânias e até mesmo um antigo sacerdote de Apolo que serviu em Delfos, o famoso ensaísta e biógrafo Plutarco.

Disponível em:http://perestroika-historia.blogspot.com/2012/01/pitonisa-de-tebas-ou-de-delfos.html. Acesso em:07/02/12

Projeto A Escola do Mundo ao Avesso (baseado no livro homônimo de Eduardo Galeano)

Sugestão que pode servir para colegas da rede municipal de Chapecó, especialmente quem for trabalhar as disciplinas de Direitos Humanos e Diversidade.

PROJETO DE TRABALHO/SÉRIES FINAIS

IDENTIFICAÇÃO


EBM JARDIM DO LAGO
PROFESSOR: CESAR CAPITANIO
TURNO: MATUTINO
SÉRIE: 9º
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: ANO ESCOLAR DE 2012

TEMA: ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO (adaptado do livro De pernas pro ar: escola do mundo ao avesso, de Eduardo Galeano)

JUSTIFICATIVA


Esta temática justifica-se por conta das discussões que ocorrerão na disciplina Diversidade ou Direitos Humanos, na rede municipal de Chapecó, no ano de 2012. A partir do livro do escritor uruguaio teremos os embasamentos iniciais para as discussões da disciplina, impondo a discussão crítica a respeito do atual modelo de sociedade, combatendo toda forma de preconceito e intolerância estabelecida. As análises realizadas em sala de aula se coadunam com o cotidiano, com a vida no bairro, na cidade, no estado, no país, e em todo o globo, associando com a questão das mídias, especialmente a TV e a Internet, procurando construir uma sociedade mais íntegra, com justiça social e paz, com novos valores sociais fincados na ética e na solidariedade.


OBJETIVO GERAL


Instigar nos educandos a necessidade do compromisso social e da responsabilidade em solucionar os problemas do meio em que vive tendo uma postura crítica perante alguns paradigmas constituídos.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Analisar a formação sócio-econômica mundial em seus diversos estágios, até a hegemonia capitalista, e como se modela o pensamento individual desde então;
- Identificar na globalização o auge do capitalismo e como isto contribui para a pobreza e na formação de valores homogêneos no mundo;
- Compreender ideologicamente a questão da indústria cultural como modeladora universal de padrões de estética, gostos musicais, preferência às marcas multinacionais, etc.
- Analisar historicamente a questão do racismo.
- Identificar as razões históricas da opressão à mulher, bem como a atual situação da questão feminina no mundo.
- Compreender a diversidade étnica que constitui o Brasil, e como se interligaram as matrizes europeias, indígenas, africanas e asiáticas, refletindo também a respeito da imposição cultural europeia.


CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS


-Capitalismo e socialismo
- Desenvolvimento e subdesenvolvimento
-Colonialismo e neocolonialismo
- Multinacionais / transnacionais
-0 Espaço mundial marcado por contrastes
-1 Imperialismo e fragmentação
-2 Globalização e imposição cultural
-3 A questão africana e afro-brasileira
-4 A questão indígena
-5 A questão da mulher
-6 Homossexualismo e homofobia
-7 “Tribos” urbanas
-8 Análise crítica a respeito do papel das mídias
-9 A tolerância virtual (discussão a respeito da ética na Internet, nas redes sociais).
-10 Padrões de beleza (bulemia, anorexia, uso de anabolizantes, cirurgias plásticas).
-11 Um olhar específico aos portadores de necessidades especiais.



PROBLEMATIZAÇÃO


- Por que a ordenação econômica mundial divide o mundo em desenvolvidos e subdesenvolvidos, e como isto contribui para a disseminação do preconceito?
- Como a construção de padrões culturais e econômicos hegemônicos contribui para a intolerância e o desrespeito à diversidade?
- Como se formaram os preconceitos contra negros, indígenas, mulheres, homossexuais, portadores de necessidades especiais?

7- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


A atual sociedade dita globalizada tem sua essência de formação a partir das Grandes Navegações. Quando algumas nações europeias, interessadas em ampliar as relações comerciais com a China e as Índias, procurando rotas alternativas, se lançaram aos Oceanos Atlântico e Índico, houve um processo de conquista econômica na África, posteriormente na América, e mais tarde em todos os continentes. A presença inglesa, holandesa, portuguesa, espanhola e francesa, principalmente, em praticamente todo o planeta, impôs a religiosidade católica, as vestimentas europeias, o capitalismo enquanto sistema, explorou recursos naturais, impôs a escravidão indígena e africana, destruiu organizações territoriais e econômicas, impôs também seus produtos e sua tecnologia, sua língua e causou um caos étnico-territorial, em especial na África e na América Latina.
Sendo assim, chegamos ao século XXI com bases que vem do século XV, mudando os atores da hegemonia. A outrora superpotência Inglaterra foi substituída pela sua criatura, os Estados Unidos da América. E o modelo de economia que se preze atualmente precisa ser neoliberal. E em nome da livre concorrência não há espaço para ousadias: se elas houverem se patrocinam ditaduras (exemplos das ditaduras militares da América Latina, nos anos 70). Na época tinha que se brecar o “perigo vermelho”. Com o fim da União Soviética e da Guerra Fria, os inimigos passam a ser outros: os terríveis fundamentalistas islâmicos ou algum outro país do “Eixo do mal”. Para os EUA, fundamentalista e terrorista islâmico ou ditadores tiranos são os governos de países árabes que não se submetem as vontades da indústria petrolífera e de armas da superpotência. A Arábia Saudita, por exemplo, não é uma ditadura, é uma monarquia, porque é aliada. Sendo assim, se constrói a imagem, pela mídia ocidental, controlada por poucas mãos, da perversidade ligada a religião muçulmana.
A mesma livre concorrência que serve para se “globalizarem” as marcas e os gostos não serve para as pessoas, haja vista o muro na fronteira do México com os EUA, ou toda a intolerância e privações impostas aos imigrantes (especialmente ilegais) na Europa.
A imposição cultural do colonialismo se reflete em pobreza, em especial na África e América Latina. E quem mais sofreu este processo de exploração é quem mais sofre preconceito atualmente: negros e indígenas nunca tiveram suas vozes ouvidas de fato pela história oficial. Sua história sempre foi contada pela visão do “outro”.
A história oficial também é a história dos homens. Muito poucas mulheres estão presentes na linha de frente. Aliás, o machismo era justificado oficialmente, até bem pouco tempo. Atualmente, a presença das mulheres na linha de frente de vários governos, de várias instituições ainda não eliminou as diferenças: mulheres continuam recebendo menos na média, mulheres são expostas a violência doméstica, mesmo com a lei Maria da Penha (no caso brasileiro), mulheres são mais expostas a violência da mídia e dos padrões de beleza e de consumo.
E o olhar aos portadores de deficiência é extremamente necessário: há muito que se avançar e se descobrir a respeito desta diversidade, no que se refere à acessibilidade, na educação, na inclusão social.



7- INSTRUMENTALIZAÇÃO


7.1 Ações docentes e discentes para a construção do conhecimento
- Planejamento individual e coletivo
- Aulas expositivas e dialogadas
- Debates
- Pesquisa bibliográfica

7.2 Recursos materiais
- Livros didáticos
- Mapas
- Textos
- Vídeos
- Sites


AVALIAÇÃO

- Contínua, ou seja, participação, respeito e responsabilidade;
- Avaliação escrita (provas, trabalhos);
- Apresentação de trabalhos (oralidade, criatividade, domínios dos conteúdos).


BIBLIOGRAFIA E EMBASAMENTO

CURY, Augusto. O futuro da humanidade: a saga de um pensador. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: Escola do Mundo ao Avesso. Tradução de Sérgio Faraco, 9ª ed. Porto Alegre: L&M, 2007.

Sugestões:
Livros
O diário de Anne Frank
Textos
Cidadão 100% Americano
Os três astronautas
Músicas
Índios (Legião Urbana)
Loirinha Bombril (Paralamas do Sucesso)
What a wonderful world (Louis Armstrong)
Meu mundo é de barro (O Rappa)
O sal da terra (Beto Guedes)
Classe Média-Max Gonzaga
Filmes
O oitavo dia – sobre um portador de Síndrome de Down
B 13 – fala da vida nos guetos de Paris, do preconceito aos imigrantes.
Crash: no limite – vidas que se entrecruzam nos Estados Unidos, demonstrando muita intolerância étnica.
Quem quer ser um milionário – filme indiano, que demonstra a diversidade cultural indiana e os problemas relacionados ao preconceito.