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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Projeto A Escola do Mundo ao Avesso (baseado no livro homônimo de Eduardo Galeano)

Sugestão que pode servir para colegas da rede municipal de Chapecó, especialmente quem for trabalhar as disciplinas de Direitos Humanos e Diversidade.

PROJETO DE TRABALHO/SÉRIES FINAIS

IDENTIFICAÇÃO


EBM JARDIM DO LAGO
PROFESSOR: CESAR CAPITANIO
TURNO: MATUTINO
SÉRIE: 9º
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: ANO ESCOLAR DE 2012

TEMA: ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO (adaptado do livro De pernas pro ar: escola do mundo ao avesso, de Eduardo Galeano)

JUSTIFICATIVA


Esta temática justifica-se por conta das discussões que ocorrerão na disciplina Diversidade ou Direitos Humanos, na rede municipal de Chapecó, no ano de 2012. A partir do livro do escritor uruguaio teremos os embasamentos iniciais para as discussões da disciplina, impondo a discussão crítica a respeito do atual modelo de sociedade, combatendo toda forma de preconceito e intolerância estabelecida. As análises realizadas em sala de aula se coadunam com o cotidiano, com a vida no bairro, na cidade, no estado, no país, e em todo o globo, associando com a questão das mídias, especialmente a TV e a Internet, procurando construir uma sociedade mais íntegra, com justiça social e paz, com novos valores sociais fincados na ética e na solidariedade.


OBJETIVO GERAL


Instigar nos educandos a necessidade do compromisso social e da responsabilidade em solucionar os problemas do meio em que vive tendo uma postura crítica perante alguns paradigmas constituídos.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS


- Analisar a formação sócio-econômica mundial em seus diversos estágios, até a hegemonia capitalista, e como se modela o pensamento individual desde então;
- Identificar na globalização o auge do capitalismo e como isto contribui para a pobreza e na formação de valores homogêneos no mundo;
- Compreender ideologicamente a questão da indústria cultural como modeladora universal de padrões de estética, gostos musicais, preferência às marcas multinacionais, etc.
- Analisar historicamente a questão do racismo.
- Identificar as razões históricas da opressão à mulher, bem como a atual situação da questão feminina no mundo.
- Compreender a diversidade étnica que constitui o Brasil, e como se interligaram as matrizes europeias, indígenas, africanas e asiáticas, refletindo também a respeito da imposição cultural europeia.


CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS


-Capitalismo e socialismo
- Desenvolvimento e subdesenvolvimento
-Colonialismo e neocolonialismo
- Multinacionais / transnacionais
-0 Espaço mundial marcado por contrastes
-1 Imperialismo e fragmentação
-2 Globalização e imposição cultural
-3 A questão africana e afro-brasileira
-4 A questão indígena
-5 A questão da mulher
-6 Homossexualismo e homofobia
-7 “Tribos” urbanas
-8 Análise crítica a respeito do papel das mídias
-9 A tolerância virtual (discussão a respeito da ética na Internet, nas redes sociais).
-10 Padrões de beleza (bulemia, anorexia, uso de anabolizantes, cirurgias plásticas).
-11 Um olhar específico aos portadores de necessidades especiais.



PROBLEMATIZAÇÃO


- Por que a ordenação econômica mundial divide o mundo em desenvolvidos e subdesenvolvidos, e como isto contribui para a disseminação do preconceito?
- Como a construção de padrões culturais e econômicos hegemônicos contribui para a intolerância e o desrespeito à diversidade?
- Como se formaram os preconceitos contra negros, indígenas, mulheres, homossexuais, portadores de necessidades especiais?

7- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


A atual sociedade dita globalizada tem sua essência de formação a partir das Grandes Navegações. Quando algumas nações europeias, interessadas em ampliar as relações comerciais com a China e as Índias, procurando rotas alternativas, se lançaram aos Oceanos Atlântico e Índico, houve um processo de conquista econômica na África, posteriormente na América, e mais tarde em todos os continentes. A presença inglesa, holandesa, portuguesa, espanhola e francesa, principalmente, em praticamente todo o planeta, impôs a religiosidade católica, as vestimentas europeias, o capitalismo enquanto sistema, explorou recursos naturais, impôs a escravidão indígena e africana, destruiu organizações territoriais e econômicas, impôs também seus produtos e sua tecnologia, sua língua e causou um caos étnico-territorial, em especial na África e na América Latina.
Sendo assim, chegamos ao século XXI com bases que vem do século XV, mudando os atores da hegemonia. A outrora superpotência Inglaterra foi substituída pela sua criatura, os Estados Unidos da América. E o modelo de economia que se preze atualmente precisa ser neoliberal. E em nome da livre concorrência não há espaço para ousadias: se elas houverem se patrocinam ditaduras (exemplos das ditaduras militares da América Latina, nos anos 70). Na época tinha que se brecar o “perigo vermelho”. Com o fim da União Soviética e da Guerra Fria, os inimigos passam a ser outros: os terríveis fundamentalistas islâmicos ou algum outro país do “Eixo do mal”. Para os EUA, fundamentalista e terrorista islâmico ou ditadores tiranos são os governos de países árabes que não se submetem as vontades da indústria petrolífera e de armas da superpotência. A Arábia Saudita, por exemplo, não é uma ditadura, é uma monarquia, porque é aliada. Sendo assim, se constrói a imagem, pela mídia ocidental, controlada por poucas mãos, da perversidade ligada a religião muçulmana.
A mesma livre concorrência que serve para se “globalizarem” as marcas e os gostos não serve para as pessoas, haja vista o muro na fronteira do México com os EUA, ou toda a intolerância e privações impostas aos imigrantes (especialmente ilegais) na Europa.
A imposição cultural do colonialismo se reflete em pobreza, em especial na África e América Latina. E quem mais sofreu este processo de exploração é quem mais sofre preconceito atualmente: negros e indígenas nunca tiveram suas vozes ouvidas de fato pela história oficial. Sua história sempre foi contada pela visão do “outro”.
A história oficial também é a história dos homens. Muito poucas mulheres estão presentes na linha de frente. Aliás, o machismo era justificado oficialmente, até bem pouco tempo. Atualmente, a presença das mulheres na linha de frente de vários governos, de várias instituições ainda não eliminou as diferenças: mulheres continuam recebendo menos na média, mulheres são expostas a violência doméstica, mesmo com a lei Maria da Penha (no caso brasileiro), mulheres são mais expostas a violência da mídia e dos padrões de beleza e de consumo.
E o olhar aos portadores de deficiência é extremamente necessário: há muito que se avançar e se descobrir a respeito desta diversidade, no que se refere à acessibilidade, na educação, na inclusão social.



7- INSTRUMENTALIZAÇÃO


7.1 Ações docentes e discentes para a construção do conhecimento
- Planejamento individual e coletivo
- Aulas expositivas e dialogadas
- Debates
- Pesquisa bibliográfica

7.2 Recursos materiais
- Livros didáticos
- Mapas
- Textos
- Vídeos
- Sites


AVALIAÇÃO

- Contínua, ou seja, participação, respeito e responsabilidade;
- Avaliação escrita (provas, trabalhos);
- Apresentação de trabalhos (oralidade, criatividade, domínios dos conteúdos).


BIBLIOGRAFIA E EMBASAMENTO

CURY, Augusto. O futuro da humanidade: a saga de um pensador. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: Escola do Mundo ao Avesso. Tradução de Sérgio Faraco, 9ª ed. Porto Alegre: L&M, 2007.

Sugestões:
Livros
O diário de Anne Frank
Textos
Cidadão 100% Americano
Os três astronautas
Músicas
Índios (Legião Urbana)
Loirinha Bombril (Paralamas do Sucesso)
What a wonderful world (Louis Armstrong)
Meu mundo é de barro (O Rappa)
O sal da terra (Beto Guedes)
Classe Média-Max Gonzaga
Filmes
O oitavo dia – sobre um portador de Síndrome de Down
B 13 – fala da vida nos guetos de Paris, do preconceito aos imigrantes.
Crash: no limite – vidas que se entrecruzam nos Estados Unidos, demonstrando muita intolerância étnica.
Quem quer ser um milionário – filme indiano, que demonstra a diversidade cultural indiana e os problemas relacionados ao preconceito.

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