Sugestão que pode servir para colegas da rede municipal de Chapecó, especialmente quem for trabalhar as disciplinas de Direitos Humanos e Diversidade.
PROJETO DE TRABALHO/SÉRIES FINAIS
IDENTIFICAÇÃO
EBM JARDIM DO LAGO
PROFESSOR: CESAR CAPITANIO
TURNO: MATUTINO
SÉRIE: 9º
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: ANO ESCOLAR DE 2012
TEMA: ESCOLA DO MUNDO AO AVESSO (adaptado do livro De pernas pro ar: escola do mundo ao avesso, de Eduardo Galeano)
JUSTIFICATIVA
Esta temática justifica-se por conta das discussões que ocorrerão na disciplina Diversidade ou Direitos Humanos, na rede municipal de Chapecó, no ano de 2012. A partir do livro do escritor uruguaio teremos os embasamentos iniciais para as discussões da disciplina, impondo a discussão crítica a respeito do atual modelo de sociedade, combatendo toda forma de preconceito e intolerância estabelecida. As análises realizadas em sala de aula se coadunam com o cotidiano, com a vida no bairro, na cidade, no estado, no país, e em todo o globo, associando com a questão das mídias, especialmente a TV e a Internet, procurando construir uma sociedade mais íntegra, com justiça social e paz, com novos valores sociais fincados na ética e na solidariedade.
OBJETIVO GERAL
Instigar nos educandos a necessidade do compromisso social e da responsabilidade em solucionar os problemas do meio em que vive tendo uma postura crítica perante alguns paradigmas constituídos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Analisar a formação sócio-econômica mundial em seus diversos estágios, até a hegemonia capitalista, e como se modela o pensamento individual desde então;
- Identificar na globalização o auge do capitalismo e como isto contribui para a pobreza e na formação de valores homogêneos no mundo;
- Compreender ideologicamente a questão da indústria cultural como modeladora universal de padrões de estética, gostos musicais, preferência às marcas multinacionais, etc.
- Analisar historicamente a questão do racismo.
- Identificar as razões históricas da opressão à mulher, bem como a atual situação da questão feminina no mundo.
- Compreender a diversidade étnica que constitui o Brasil, e como se interligaram as matrizes europeias, indígenas, africanas e asiáticas, refletindo também a respeito da imposição cultural europeia.
CONTEÚDOS A SEREM TRABALHADOS
-Capitalismo e socialismo
- Desenvolvimento e subdesenvolvimento
-Colonialismo e neocolonialismo
- Multinacionais / transnacionais
-0 Espaço mundial marcado por contrastes
-1 Imperialismo e fragmentação
-2 Globalização e imposição cultural
-3 A questão africana e afro-brasileira
-4 A questão indígena
-5 A questão da mulher
-6 Homossexualismo e homofobia
-7 “Tribos” urbanas
-8 Análise crítica a respeito do papel das mídias
-9 A tolerância virtual (discussão a respeito da ética na Internet, nas redes sociais).
-10 Padrões de beleza (bulemia, anorexia, uso de anabolizantes, cirurgias plásticas).
-11 Um olhar específico aos portadores de necessidades especiais.
PROBLEMATIZAÇÃO
- Por que a ordenação econômica mundial divide o mundo em desenvolvidos e subdesenvolvidos, e como isto contribui para a disseminação do preconceito?
- Como a construção de padrões culturais e econômicos hegemônicos contribui para a intolerância e o desrespeito à diversidade?
- Como se formaram os preconceitos contra negros, indígenas, mulheres, homossexuais, portadores de necessidades especiais?
7- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A atual sociedade dita globalizada tem sua essência de formação a partir das Grandes Navegações. Quando algumas nações europeias, interessadas em ampliar as relações comerciais com a China e as Índias, procurando rotas alternativas, se lançaram aos Oceanos Atlântico e Índico, houve um processo de conquista econômica na África, posteriormente na América, e mais tarde em todos os continentes. A presença inglesa, holandesa, portuguesa, espanhola e francesa, principalmente, em praticamente todo o planeta, impôs a religiosidade católica, as vestimentas europeias, o capitalismo enquanto sistema, explorou recursos naturais, impôs a escravidão indígena e africana, destruiu organizações territoriais e econômicas, impôs também seus produtos e sua tecnologia, sua língua e causou um caos étnico-territorial, em especial na África e na América Latina.
Sendo assim, chegamos ao século XXI com bases que vem do século XV, mudando os atores da hegemonia. A outrora superpotência Inglaterra foi substituída pela sua criatura, os Estados Unidos da América. E o modelo de economia que se preze atualmente precisa ser neoliberal. E em nome da livre concorrência não há espaço para ousadias: se elas houverem se patrocinam ditaduras (exemplos das ditaduras militares da América Latina, nos anos 70). Na época tinha que se brecar o “perigo vermelho”. Com o fim da União Soviética e da Guerra Fria, os inimigos passam a ser outros: os terríveis fundamentalistas islâmicos ou algum outro país do “Eixo do mal”. Para os EUA, fundamentalista e terrorista islâmico ou ditadores tiranos são os governos de países árabes que não se submetem as vontades da indústria petrolífera e de armas da superpotência. A Arábia Saudita, por exemplo, não é uma ditadura, é uma monarquia, porque é aliada. Sendo assim, se constrói a imagem, pela mídia ocidental, controlada por poucas mãos, da perversidade ligada a religião muçulmana.
A mesma livre concorrência que serve para se “globalizarem” as marcas e os gostos não serve para as pessoas, haja vista o muro na fronteira do México com os EUA, ou toda a intolerância e privações impostas aos imigrantes (especialmente ilegais) na Europa.
A imposição cultural do colonialismo se reflete em pobreza, em especial na África e América Latina. E quem mais sofreu este processo de exploração é quem mais sofre preconceito atualmente: negros e indígenas nunca tiveram suas vozes ouvidas de fato pela história oficial. Sua história sempre foi contada pela visão do “outro”.
A história oficial também é a história dos homens. Muito poucas mulheres estão presentes na linha de frente. Aliás, o machismo era justificado oficialmente, até bem pouco tempo. Atualmente, a presença das mulheres na linha de frente de vários governos, de várias instituições ainda não eliminou as diferenças: mulheres continuam recebendo menos na média, mulheres são expostas a violência doméstica, mesmo com a lei Maria da Penha (no caso brasileiro), mulheres são mais expostas a violência da mídia e dos padrões de beleza e de consumo.
E o olhar aos portadores de deficiência é extremamente necessário: há muito que se avançar e se descobrir a respeito desta diversidade, no que se refere à acessibilidade, na educação, na inclusão social.
7- INSTRUMENTALIZAÇÃO
7.1 Ações docentes e discentes para a construção do conhecimento
- Planejamento individual e coletivo
- Aulas expositivas e dialogadas
- Debates
- Pesquisa bibliográfica
7.2 Recursos materiais
- Livros didáticos
- Mapas
- Textos
- Vídeos
- Sites
AVALIAÇÃO
- Contínua, ou seja, participação, respeito e responsabilidade;
- Avaliação escrita (provas, trabalhos);
- Apresentação de trabalhos (oralidade, criatividade, domínios dos conteúdos).
BIBLIOGRAFIA E EMBASAMENTO
CURY, Augusto. O futuro da humanidade: a saga de um pensador. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.
GALEANO, Eduardo. De pernas pro ar: Escola do Mundo ao Avesso. Tradução de Sérgio Faraco, 9ª ed. Porto Alegre: L&M, 2007.
Sugestões:
Livros
O diário de Anne Frank
Textos
Cidadão 100% Americano
Os três astronautas
Músicas
Índios (Legião Urbana)
Loirinha Bombril (Paralamas do Sucesso)
What a wonderful world (Louis Armstrong)
Meu mundo é de barro (O Rappa)
O sal da terra (Beto Guedes)
Classe Média-Max Gonzaga
Filmes
O oitavo dia – sobre um portador de Síndrome de Down
B 13 – fala da vida nos guetos de Paris, do preconceito aos imigrantes.
Crash: no limite – vidas que se entrecruzam nos Estados Unidos, demonstrando muita intolerância étnica.
Quem quer ser um milionário – filme indiano, que demonstra a diversidade cultural indiana e os problemas relacionados ao preconceito.
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