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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Nas trilhas do passado

Enquanto percorria as margens do rio Uruguai em busca de pontos para realização de trilhas, Marcos Maroso encontrou objetos diferentes que lhe chamaram atenção. Tratava-se de cerâmica arqueológica produzida há muitos séculos por grupos agricultores que ocuparam a área. O material aflorava devido as cheias do rio Uruguai, o grande volume e a força das águas provocam erosão nas margens de forma que o sítio arqueológico acabou impactado.

Marcos divulgou o achado, e a equipe do CEOM juntamente com a equipe de reportagem da RBS Chapecó realizaram visita ao local no dia 13 de setembro, para ver do que se tratava. O sítio arqueológico localizado por Marcos Maroso fica na Volta do Uvá em Itá-SC, uma região conhecida pelos arqueólogos desde a década de 1980 quando alguns dos sítios localizados na área foram escavados, pois seriam atingidos pela UHE Itá. Contudo, os moradores informaram que houve uma alteração no projeto da hidrelétrica e a área acabou não sendo totalmente destruída, fazendo com que parte dos sítios ficassem de certa forma preservados.

A arqueóloga do CEOM, Mirian Carbonera observa que “foi uma redescoberta, os relatórios descreviam que a área seria destruída, e agora pudemos constatar que ainda existe possibilidade de serem realizadas novas pesquisas na área”. A arqueóloga desenvolve sua tese de doutorado com material que foi escavado nessa região, ainda na década de 1980 pela arqueóloga Marilandi Goulart, e o tema são os sítios arqueológicos que apresentam cultura material cerâmica de duas culturas distintas, Guarani e Jê.

Mirian Carbonera ainda afirma que “o trabalho de Marcos foi importante, pois ele buscou profissionais especializados para entender melhor o achado, isso é muito importante para os arqueólogos que dependem não só do material encontrado mas do contexto onde o sítio esta implantado. O sítio já possui registro no cadastro nacional de sítios arqueológicos, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – órgão federal que acompanha e fiscaliza o patrimônio arqueológico brasileiro.

O sítio arqueológico é muito importante para o entendimento da pré-história regional, pois será possível realizar novas pesquisas que trarão novos elementos sobre as antigas sociedades que aqui viveram.

O que fazer se você suspeitar ter encontrado um sítio arqueológico: aconselha-se evitar recolher os objetos e solicitar a presença de um profissional especializado. Na região, o Ceom por meio de termo de convênio com a 11ª Superintendência do IPHAN/SC é uma instituição responsável por gerenciar, fiscalizar e salvaguardar o patrimônio arqueológico regional.

Material cerâmico já higienizado, encontrado no sítio arqueológico localizado na Linha Fátima, Itá/SC .

Disponível em:http://www.unochapeco.edu.br/ceom/noticias/nas-trilhas-do-passado. Acesso em:11/10/2011

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