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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Kadafi, entre vilão e estadista

22/02/2011

Reportagem Especial

Durante uma década e meia, o coronel líbio Muamar Kadafi foi visto como o diabo em pessoa: antiamericano e anti-israelense, defensor da união dos árabes, terrorista e socializante. Não necessariamente nessa ordem. Isso numa época em que Saddam Hussein, ditador do Iraque, era um aliado fiel dos EUA contra o Irã dos aiatolás.

Assim como o nome de Kadafi comporta diferentes transliterações (ele pode ser “Gheddafi em italiano, “Gadhafi” em alemão ou “Gadafi” em espanhol, por exemplo), sua personalidade política também se transmutou com o passar do tempo. Aos poucos, ele se reconciliou com o Ocidente e, em 2009, ao estrear na Assembleia Geral das Nações Unidas, fez votos de que Barack Obama “ficasse para sempre” na presidência dos EUA. Curiosamente, Kadafi, 68 anos, não tem cargo nenhum no governo. Utiliza apenas o título de “líder”.

Até o início da rebelião na Líbia, Kadafi circulava pelo noticiário internacional como um tipo quase folclórico. Queixava-se por não ter onde armar sua tenda em Nova York e, segundo relatório americano vazado pelo site WikiLeaks, só viajava com uma portentosa enfermeira ucraniana.

Nascido numa família beduína na região de Syrte, norte da Líbia, em 1942, Kadafi fez os estudos elementares numa escola islâmica (madrassa) e chegou à universidade em Benghazi. Ainda adolescente, entusiasmou-se com as ideias do egípcio Gamal Abdel Nasser, que, à frente de um grupo de jovens oficiais, derrubou a monarquia e instaurou um regime republicano secular. Nasser pregava a união árabe em oposição às potências europeias e a Israel – ideário que os estudiosos batizaram de panarabismo. Desde que ingressou na Real Academia Militar, em Benghazi, Kadafi foi discípulo de Nasser. Seguindo as pegadas do ídolo, organizou sua própria ala no exército e, em 1969, comandou um golpe militar incruento que pôs fim à monarquia e forçou o rei Idris ao exílio.

Após a morte de Nasser, Kadafi devotou-se a inúmeras causas opostas aos interesses dos Estados Unidos. Incentivou a organização Setembro Negro, responsável pelo massacre de nove atletas israelenses nas Olimpíadas de Munique, deu guarida à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e apoiou a greve dos mineiros ingleses contra o governo de Margaret Thatcher em 1984. Um atentado a bomba atribuído a agentes líbios contra uma discoteca de Berlim frequentada por militares americanos levou o governo Ronald Reagan (1981-1989) a bombardear Trípoli e Benghazi. Uma filha adotiva de Kadafi morreu no ataque.

A ação terrorista mais célebre, porém, foi o atentado contra um Boeing da Pan Am, que explodiu sobre Lockerbie, na Escócia, em 1988, deixando 270 mortos. Em um complexo arranjo multilateral, um agente líbio foi finalmente julgado e condenado à prisão pelas leis escocesas.

Na esteira de Nasser, Kadafi sempre manteve boas relações com o antigo bloco soviético. Quando a Cortina de Ferro caiu, ele ficou mais discreto. A Líbia silenciou diante da primeira Guerra do Golfo, em 1991, e oito anos depois foi excluída da lista americana das nações que apoiam terroristas, após pagar uma indenização bilionária pelo atentado de Lockerbie. O antigo “vilão” fazia as pazes com o Ocidente. Quando Kadafi completou 40 anos no poder, o então chanceler britânico Jack Straw chegou a chamá-lo de “estadista.
Disponível em:http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/selecao-diaria-de-noticias/midias-nacionais/brasil/zero-hora/2011/02/22/kadafi-entre-vilao-e-estadista. Acesso em 09/09/2011


Muammar Kadhafi
Disponível em:http://www.google.com.br/imgres?q=kadhafi&num=10&um=1&hl=pt-BR&client=firefox-a&rls=com.ubuntu:en-US:unofficial&biw=789&bih=335&tbm=isch&tbnid=nwIvWEAXKpHb3M:&imgrefurl=http://www.politicalivre.com.br/index.php/2011/08/kadhafi-conclama-libios-a-marchar-rumo-a-tripoli/&docid=JTjtPkbWgOEPMM&w=590&h=430&ei=8htqTpicBcXy0gG1h_zkBA&zoom=1&iact=hc&vpx=294&vpy=18&dur=656&hovh=192&hovw=263&tx=145&ty=156&sqi=2&page=1&tbnh=121&tbnw=164&start=0&ndsp=8&ved=1t:429,r:1,s:0. Acesso em:09/09/2011

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