Enquanto percorria as margens do rio Uruguai em busca de pontos para realização de trilhas, Marcos Maroso encontrou objetos diferentes que lhe chamaram atenção. Tratava-se de cerâmica arqueológica produzida há muitos séculos por grupos agricultores que ocuparam a área. O material aflorava devido as cheias do rio Uruguai, o grande volume e a força das águas provocam erosão nas margens de forma que o sítio arqueológico acabou impactado.
Marcos divulgou o achado, e a equipe do CEOM juntamente com a equipe de reportagem da RBS Chapecó realizaram visita ao local no dia 13 de setembro, para ver do que se tratava. O sítio arqueológico localizado por Marcos Maroso fica na Volta do Uvá em Itá-SC, uma região conhecida pelos arqueólogos desde a década de 1980 quando alguns dos sítios localizados na área foram escavados, pois seriam atingidos pela UHE Itá. Contudo, os moradores informaram que houve uma alteração no projeto da hidrelétrica e a área acabou não sendo totalmente destruída, fazendo com que parte dos sítios ficassem de certa forma preservados.
A arqueóloga do CEOM, Mirian Carbonera observa que “foi uma redescoberta, os relatórios descreviam que a área seria destruída, e agora pudemos constatar que ainda existe possibilidade de serem realizadas novas pesquisas na área”. A arqueóloga desenvolve sua tese de doutorado com material que foi escavado nessa região, ainda na década de 1980 pela arqueóloga Marilandi Goulart, e o tema são os sítios arqueológicos que apresentam cultura material cerâmica de duas culturas distintas, Guarani e Jê.
Mirian Carbonera ainda afirma que “o trabalho de Marcos foi importante, pois ele buscou profissionais especializados para entender melhor o achado, isso é muito importante para os arqueólogos que dependem não só do material encontrado mas do contexto onde o sítio esta implantado. O sítio já possui registro no cadastro nacional de sítios arqueológicos, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – órgão federal que acompanha e fiscaliza o patrimônio arqueológico brasileiro.
O sítio arqueológico é muito importante para o entendimento da pré-história regional, pois será possível realizar novas pesquisas que trarão novos elementos sobre as antigas sociedades que aqui viveram.
O que fazer se você suspeitar ter encontrado um sítio arqueológico: aconselha-se evitar recolher os objetos e solicitar a presença de um profissional especializado. Na região, o Ceom por meio de termo de convênio com a 11ª Superintendência do IPHAN/SC é uma instituição responsável por gerenciar, fiscalizar e salvaguardar o patrimônio arqueológico regional.
Material cerâmico já higienizado, encontrado no sítio arqueológico localizado na Linha Fátima, Itá/SC .
Disponível em:http://www.unochapeco.edu.br/ceom/noticias/nas-trilhas-do-passado. Acesso em:11/10/2011
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