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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Respostas para da Lama ao Caos

1- O tema central desta canção é a vida no mangue, em especial os mangues do Recife, onde a banda Nação Zumbi surgiu e tem identificação. Mostra como é a vida dos catadores de caranguejo, seu sofrimento.
2- Josué, da música, se refere ao escritor Josué de Castro, que escreveu o livro Geografia da Fome, que retrata a questão da subnutrição brasileira nos anos 60, e em especial no Nordeste, e Homens e Caranguejos, livro que fala da vida nos manguezais.
3- Aratu é um tipo de caranguejo, e gabiru é uma expressão nordestina para homens de pequeno porte.Adriano Gabiru, autor do gol do Inter contra o Barcelona no MUndial Interclubes de 2006, é alagoano.
4-Na verdade, neste fragmento de música, o autor aponta que para resolver problemas sociais, por exemplo, às vezes é necessário fazer protestos, movimentos, que podem causar certo caos. Por exemplo, se uma multidão tranca uma ponte, isto gera mais um problema. Mas se os governantes recebem os manifestantes para resolver os problemas, de uma categoria ou de uma comunidade, esta ponte será reaberta para os motoristas. Este fragmento de música é citado por Marcelo D2 em "Qual é"- e lembrando de Chico comecei a pensar, que eu me organizando eu posso desorganizar...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Homenagem ao vocalista Chico Science da Nação Zumbi

Tudo começou na Orla Orbe. Não é nenhum barzinho à beira-mar do Recife, mas o nome da primeira banda da qual Francisco de Assis França fez parte, nos idos de 1987. Nessa época, ele ainda não era Chico Science, mas sua inventividade já se anunciava, alimentada pela participação, três anos antes, na Legião Hip Hop, um grupo de dança de rua no qual grafiteiros, músicos e dançarinos curtiam o melhor da música negra norte-americana.

A black music também era a base do Loustal, grupo posteriormente formado por Chico e seus amigos Lúcio Maia e Alexandre Dengue. O nome é homenagem ao quadrinista francês Jacques de Loustal, cujo trabalho era apreciado por Chico. O hip hop da Legião e o funk e o soul da Orla Orbe eram alguns dos elementos misturados pelo Loustal, que se utilizava também de rock e ska.

No início de 91, Chico Science entrou em contato com o Lamento Negro, um bloco afro que trabalhava com educação popular no centro comunitário Daruê Malungo, periferia do Recife. O vigor da percussão chamou a atenção do cantor, que começou a trilhar rumo distinto, misturando num mesmo balaio black music e música de raiz, como maracatu e coco de roda - eis aqui o embrião do que se batizou manguebit.

Nesse mesmo ano, nada mais de Orla Orbe ou Loustal, a galera atendia pelo nome de Chico Science e Lamento Negro: a Chico (voz), Lúcio (guitarra) e Dengue (baixo) juntaram-se Toca Ogam (percussão/efeitos), Canhoto (caixa), Gira (tambor), Gilmar Bola 8 (tambor) e Jorge du Peixe (tambor). Canhoto não ficou muito tempo, sendo substituído por Pupilo. O público assistiria, em junho, ao primeiro show da banda - já conhecida como Chico Science e Nação Zumbi (CSNZ) - no Espaço Oásis, em Olinda. A partir daí, várias outras apresentações aconteceram, junto com outros grupos do Recife como o mundo livre s/a. A turma reunia os tipos mais diversos, músicos, jornalistas, artistas plásticos, punks... O elo entre todos era o gosto por música, fosse qual fosse o tipo ou a origem. Os jornais locais começavam a abrir espaço e a designar a cena musical que fervilhava no Recife sob o rótulo de mangue ou manguebit.

Uma coletânea começou a ser elaborada em 92, com músicas de CSNZ e mundo livre s/a, batizada de Caranguejos com Cérebro - o mesmo nome de um manifesto escrito por integrantes do manguebit. O projeto não deu certo e as bandas se organizaram para fazer uma pequena excursão pelo Brasil. Três shows em São Paulo e Belo Horizonte foram suficientes para chamar a atenção de crítica e público e para fazer a Sony Music elaborar uma proposta de contrato. No final do ano, o grupo entrava no estúdio Nas Nuvens acompanhado do produtor Liminha para gravar o primeiro disco.

Da Lama ao Caos chegou ao mercado nacional em 94. O CD conseguiu arrebatar os críticos dos principais cadernos culturais do Brasil, levando também o público ao delírio, apesar de, em algumas faixas, deixar de lado a força que a Nação Zumbi demonstra no palco. Mas os shows não eram mais problema: a banda começou a excursionar e mostrar as histórias do mangue mundo afora. Participando de festivais nos Estados Unidos ou fazendo shows pela Europa, CSNZ foram deixando sua marca por onde passavam, preparando o terreno para novas idéias - e para o novo disco.

Um grupo mais maduro voltou ao Nas Nuvens em 96, para gravar Afrociberdelia. Deixando o produtor de lado e assumindo o comando do disco, a Nação deixou que pitadas eletrônicas permeassem o CD, que conta com diversas participações especiais, entre elas Gilberto Gil, Fred 04 (mundo livre s/a) e Marcelo D2 (Planet Hemp). A estrada foi a casa da banda durante esse ano: novamente Estados Unidos, novamente Europa, novamente o Brasil - e todos se impressionavam com o batuque dos tambores de Chico Science e Nação Zumbi.

O ano de 97 chegou para mudar radicalmente a trajetória da banda. Num acidente de carro na fronteira entre o Recife e Olinda, Chico Science morreu, às vesperas dos shows que o grupo faria no carnaval. A estupidez do fato chocou a todos e fãs desolados choravam em todo o País, questionando a injustiça: por que morrer, aos 33 anos, um cara que ainda tinha tanto para fazer, que tinha muito a dizer? A precocidade, antes de mais nada, colocou o nome de Chico no panteão dos artistas-mito.

A Nação Zumbi, no entanto, se viu zonza, perdida, e levou bom tempo para achar o norte novamente. Muito se especulou sobre a continuidade da banda: uns diziam que seria impossível sem o vocalista, outros acreditavam que, se continuassem, não chegaria aos pés do que o grupo era com Chico nos microfones. Depois de um "CD tributo" - CSNZ, de 98 -, o grupo lançou no ano passado o disco Rádio S.AMB.A. Saindo da supervisão de uma grande gravadora, o disco foi autoproduzido e saiu pela Y?Brazil Music: elogios e críticas apareceram, exaltando o fôlego da Nação de seguir adiante, longe da sombra de Chico Science.
Disponível em:http://www2.uol.com.br/JC/chicoscience/carreira.htm. Acesso em 29/08/2011

Da Lama Ao Caos (Nação Zumbi)

Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar
Posso sair daqui para me organizar
Posso sair daqui para desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
"Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

O sol queimou, queimou a lama do rio
Eu ví um chié andando devagar
E um aratu pra lá e pra cá
E um carangueijo andando pro sul
Saiu do mangue, virou gabiru

Ô Josué, eu nunca ví tamanha desgraça
Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça

Peguei um baláio, fui na feira roubar tomate e cebola
Ia passando uma véia, pegou a minha cenoura
"Aí minha véia, deixa a cenoura aqui
Com a barriga vazia não consigo dormir"
E com o bucho mais cheio começei a pensar
Que eu me organizando posso desorganizar
Que eu desorganizando posso me organizar
Que eu me organizando posso desorganizar

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana
Da lama ao caos, do caos à lama
Um homem roubado nunca se engana

Disponível em:http://letras.terra.com.br/nacao-zumbi/fotos/. Acesso em: 29/08/2011


Vamos debater esta música, sob a ótica da Geografia

1- Qual o tema central da música?
2- Quem é Josué, citado na canção?
3- O que é aratu? E gabiru?
4- O que o autor quis dizer com "e eu desorganizando posso me organizar"?



Ideias do blogueiro nesta semana, comentem aí as suas

Mas mesmo assim...

Torcedores realizam protestos contra Ricardo Teixeira pelo país
Redação SRZD | Futebol | 28/08/2011 19h42

Além dos clássicos que movimentaram o futebol pelo país, o domingo também foi de protestos contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Cerca de 15 torcedores promoveram um manifesto contra o dirigente no Rio, nas proximidades do Engenhão, onde Flamengo e Vasco jogaram pelo Brasileirão.

Eles exibiram cartazes com dizeres pedindo a saída de Teixeira e pedindo combate à corrupção, além de distribuírem panfletos. Os manifestantes são integrantes da Associação Nacional dos Torcedores (ANT).

Em Santos, torcidas organizadas do São Paulo mostraram faixas contra o presidente da CBF na Vila Belmiro, durante o jogo contra o Peixe, em movimento articulado pela Confederação Nacional das Torcidas Organizadas (Conatorg).

A situação mais polêmica ocorreu em Sete Lagoas, interior de Minas Gerais, local marcado para o jogo Atlético-MG e Cruzeiro. A Polícia Militar impediu a entrada de uma faixa com a frase "Fora, Ricardo Teixeira" preparada pela torcida alvinegra. A corporação negou censura e alegou "proporcionar uma melhor visibilidade do torcedor em relação ao campo".

Disponível em:http://www.sidneyrezende.com/noticia/143192+torcedores+realizam+protestos+contra+ricardo+teixeira+pelo+pais. Acesso em 29?08/2011

Federação Catarinense proíbe protestos contra Ricardo Teixeira durante jogo

AE - Agência Estado

FLORIANÓPOLIS - A Federação Catarinense de Futebol (FCF) anunciou nesta quinta-feira, por meio de nota publicada em seu site oficial, que não tolerará protestos contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no clássico de domingo, entre Figueirense e Avaí, no Orlando Scarpelli. Organizados via internet, torcedores de diversos clubes do País prometem uma série de manifestações contrárias ao mandatário do futebol brasileiro na rodada de clássicos do Brasileirão, neste final de semana.
Teixeira deve ser alvo de protestos em todo o Brasil - Arquivo/AE
Arquivo/AE
Teixeira deve ser alvo de protestos em todo o Brasil

A FCF, se dizendo respaldada também pelas posturas adotadas pelos presidentes de Avaí e Figueirense, que "se mostraram absolutamente contrários a este tipo de atitude por parte de seus torcedores", ressalta que qualquer manifestação contrária a Ricardo Teixeira se configuraria numa infração ao artigo 13-A, inciso IV do Estatuto do Torcedor. Ali se lê que, para ter acesso e permanecer em um recinto esportivo, não é permitido ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenofóbico. As críticas a Teixeira se caracterizariam como ofensas.

Desta forma, a Federação Catarinense lembra que o não cumprimento das condições estabelecidas neste artigo implica a proibição de ingresso do torcedor no estádio ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do estádio. Deixa claro que o torcedor que protestar contra Teixeira poderá ser expulso do Orlando Scarpelli.

A FCF ainda reafirma o apoio a Ricardo Teixeira, "que sempre foi um amigo e deu suporte ao futebol catarinense", usando como argumento um trecho da Constituição Federal que diz que "ninguém será considerado culpado até o transito em julgado ter sentença penal condenatória".

Disponível em:http://www.estadao.com.br/noticias/esportes,federacao-catarinense-proibe-protestos-contra-ricardo-teixeira-durante-jogo,763759,0.htm. Acesso em 29/08/2011



Olha,esses déspotas envergonham nosso futebol. A vida toda é Delfim na FCF e Ricardo Teixeira na CBF.

Respostas para Rodo Cotidiano

Na postagem abaixo, propus debate a respeito da canção Rodo Cotidiano, do Rappa.
Pois bem:
1- O tema central é a vida urbana, o transporte coletivo, em especial da cidade do Rio de Janeiro, mas isto serve para todo país, e para praticamente todo sistema de transporte coletivo, em especial dos países subdesenvolvidos, a superlotação, a falta de mobilidade urbana ágil.
2-O primeiro trecho está falando da comida transportada na marmita, quem está na "peleia" todo dia sabe que a correria nos faz termos uma vida privada de alguns confortos (comer na mesa, com a família, por exemplo). No segundo trecho, podemos determinar esta questão como sendo o ônibus, o trem, o metrô, enfim, o sistema de transporte usado pelos trabalhadores.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Rodo Cotidiano (O Rappa) para Geografia em Canção

Ô Ô Ô Ô Ô my brother (4x)

É...
A ideia lá comia solta
Subia a manga amarrotada social
No calor alumínio nem caneta nem papel
Uma ideia fugia

Era o rodo cotidiano (2x)

Espaço é curto quase um curral
Na mochila amassada uma quentinha abafada

Meu troco é pouco, é quase nada (2x)

Ô Ô Ô Ô Ô my brother (4x)

Não se anda por onde gosta
Mas por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta
Ela some é lá no ralo de gente
Ela é linda mas não tem nome
É comum e é normal

Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal que corta as ruas
Da minhoca de metal
É... como um concorde apressado cheio de força
Que voa, voa mais pesado que o ar
E o avião, o avião, o avião do trabalhador

Ô Ô Ô Ô Ô my brother (4x)

É... espaço é curto quase um curral
Na mochila amassada uma vidinha abafada
Meu troco é pouco, é quase nada (2x)

Não se anda por onde gosta
Mas por aqui não tem jeito, todo mundo se encosta
Ela some é lá no ralo de gente
Ela é linda mas não tem nome
É comum e é normal

Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal que entorta as ruas
Da minhoca de metal que entorta as ruas
Como um Concorde apressado cheio de força
Voa, voa mais pesado que o ar
E o avião, o avião, o avião do trabalhador

Ô Ô Ô Ô Ô my brother (4x)



Perguntas a respeito da música (respostas semana que vem)
1- Qual o tema desta canção?
2- Explique a expressão "na mochila amassada, uma quentinha abafada"? E a expressão "avião do trabalhador", o que é?

Inter campeão da Recopa Sul-Americana

Só para ilustrar esta trajetória vitoriosa recente do Inter em disputas internacionais.
2006- Libertadores da América em cima do São Paulo
2006- Mundial Interclubes, venceu nas semifinais o Al Alhy do Egito e na final o Barcelona (memorável Gabiru)
2007- venceu o Torneio de Dubai, nas semifinais passou pelo Hamburgo da Alemanha, e na final a Inter de Milão
2007- Recopa em cima do Pachuca do México
2008- Copa Sul-Americana em cima do Estudiantes da Argentina
2009- para esquecer a vexatória derrota para a LDU do Equador na Recopa, conquista da Copa Suruga sobre o Oita Trinita do Japão
2010- Bi da Libertadores da América em cima do Chivas Guadalajara do México. Vexatória e para esquecer a derrota para o Mazembe (República Democrática do Congo) nas semifinais do Mundial Interclubes
2011- Bi da Recopa em cima do Independiente da Argentina

Agora tem que buscar o tetracampeonato do Brasileirão. O Inter foi o único campeão invicto deste campeonato, exatamente o tri em 1979 (faz tempo, e passamos perto com os vices de 87, 88, 2005-furto, 2006, 2009)

Disponível em:http://www.clicrbs.com.br/esportes/rs/noticias/futebol-inter,3462214,POSTER-INTERATIVO-clicEsportes-coloca-voce-na-foto-do-titulo-da-Recopa.html. Acesso em 26/08/2001

Lajeado São José

Preocupante a falta de sensiblidade e de política ambiental da Prefeitura de Chapecó-SC. Liberar loteamentos na várzea do rio que serve para abastecer a cidade pode ser o princípio de uma catástrofe ecológica.

Estádios para Copa 2014-parte 1

Percebo muitos acessos ao meu blog de outros países, em especial Alemanha e EUA. Sendo assim, queria aproveitar também para divulgar meu país (e agradecer ao prestígio), e em especial, a Copa do Mundo de 2014. Todas as fotos e principais informações foram extraídas do link http://www.copa2014.org.br/andamento-obras.
Arena Corinthians- estádio novo, que vai pertencer ao único time paulista (dos 4 grandes) sem títulos internacionais ( e sem estádio). A piadinha é recorrente, pois o Corinthians é um time detestável para torcidas de outros clubes no Brasil (alguns títulos com a ajuda do "apito amigo" justificam isso). Mas é o clube do ex-presidente Lula, com uma fanática torcida, e se esse estádio novo for bem feito, será palco do jogo de abertura, pois São Paulo é a maior cidade do Brasil, onde além de Corinthians, temos o São Paulo, o Palmeiras e a Portuguesa. O Santos às vezes também joga na cidade de São Paulo, muito embora seja de Santos (no estado de São Paulo)
Maracanã- o outrora maior estádio do mundo, espera receber a seleção brasileira (como em 1950), porém, com resultado melhor (queremos o hexa). Será a sede da final da Copa, e será o estádio mais utilizado pelo clube de maior torcida da Cidade Maravilhosa (o Flamengo). Outros clubes importantes do Rio são o Fluminense, o Vasco e o Botafogo
Beira-Rio- estádio de Porto Alegre, do Internacional, time do coração deste blogueiro. Esta cidade, capital do Rio Grande do Sul, tem outro grande clube ( agora em baixa), o co-irmão Grêmio Porto-alegrense. Este estádio já é bonito e bom, com a reforma vai ficar um espetáculo.
Mineirão- estádio de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Este estádio também está sendo remodelado, e também recebe jogos de dois clubes tradicionais do Brasil: o Cruzeiro e o Atlético Mineiro. O América-MG também é um clube importante daquela cidade, está na Série A do Brasileirão 2011, mas não tem o mesmo prestígio que os outros dois.



BBC denuncia corrupção na CBF

Ter., 24 de maio de 2011
Foi ao ar nesta segunda-feira no canal de TV inglês BBC uma reportagem mostrando que o presidente da CBF Ricardo Teixeira e o ex-presidente da Fifa João Havelange receberam propina pela Fifa, pagas pela International Sports & Leisure (ISL), extinta agência de marketing esportivo que era responsável por negociar os direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo.

Segundo o programa da BBC, Texeira e Havelange teriam feito um acordo na Justiça suíça em que concordaram em pagar uma multa de cerca de R$ 8,9 milhões para escapar de processo, aberto após a falência da ISL no início da década de 2000. A legislação suíça proíbe a divulgação de detalhes de acordos judiciais, mas um promotor da cidade de Zug quebrou esse sigilo.

A reportagem mostrou ainda que a Fifa tentou impedir a quebra do sigilo e a divulgação dos detalhes do processo, além de ter tentado impedir também a veiculação da reportagem feita pela BBC. Os autores da matéria tentaram ainda entrar em contato com Havelange e Teixeira, que se recusaram a responder à BBC.

A Fifa também se recusou a comentar o assunto, e o presidente da entidade, Joseph Blatter, negou que a entidade seja corrupta.

O escândalo vem à tona menos de duas semanas antes das eleições presidenciais em que Blatter concorre com o qatariano Mohamed Bin Hammam a um quarto mandato à frente da entidade.

O presidente da Fifa Joseph Blatter declarou que, caso seja reeleito no pleito do dia 1 de junho, promoverá mudanças na entidade, com o objetivo de “reconstruir a imagem da Fifa”, após os recentes escândalos de corrupção e revelou que já foi vítima de uma tentativa de suborno.

– Certa vez recebi um envelope, quando era secretário-geral, e nesse envelope havia uma quantidade de dinheiro. Não pude recusar, pois colocaram no meu bolso – disse Blatter, acrescentando que o dinheiro foi devolvido ao responsável pela tentativa de suborno, cujo nome não revelou.

Disponível em :http://www.flanews.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=5529:bbc-denuncia-corrupcao-na-cbf&catid=1:noticias&Itemid=12. Acesso em 26/08/2011

Copa 2014

Sou daqueles confiantes, que acredita no Brasil. Nós já vivemos neste país, problemas maiores do que os atuais. Este novo país, do pleno emprego, da expansão do ensino superior e do ensino profissionalizante, poderá sim realizar um grande evento. A corrupção, instituída nas diversas esferas de governo e na pŕopria CBF (na própria FIFA, diga-se de passagem) é algo preocupante sim, mas será uma maneira de divulgar nosso país, gerar dividendos com o turismo, recuperar nossa infra-estrutura de transportes e mobilidade urbana, investir em segurança pública, além de modernizar os estádios.
Para acompanhar obras:http://www.copa2014.org.br/andamento-obras. Acesso em:26/08/2011

Disponível em:http://www.copa2014.org.br/andamento-obras/4/Estadio+BeiraRio.html. Acesso em:26/08/2011

Sustentar 2011 será lançado segunda-feira em Chapecó

A necessidade de potencializar as tecnologias usadas para a produção de energia limpa é uma das principais temáticas da quarta edição do Sustentar 2011 – Fórum sobre Energias Renováveis e Consumo Responsável, que acontece de 29 a 31 de agosto, no Centro de Eventos de Chapecó.

O lançamento oficial do evento para a imprensa será em Chapecó na próxima segunda-feira (4), às 7h30, durante café da manhã com produtos da agricultura familiar, no Mercado Público Regional.

Segundo o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), este ano, o Sustentar conta com uma novidade. Pela primeira vez no estado um evento terá como promotores a Assembléia Legislativa de Santa Catarina e o Conselho de Altos Estudos da Câmara dos Deputados. “É uma clara demonstração da importância do tema, que precisa urgentemente de um marco regulatório que fomente o uso de fontes renováveis na produção de energia elétrica, incentive a produção agroecológica e a formação de profissionais para um mercado cada vez mais voltado ao desenvolvimento ambientalmente sustentável”, destaca Uczai.

O Sustentar 2011 será totalmente gratuito. Os participantes devem se inscrever pelo site www.alesc.sc.gov.br. Nesta edição o evento conta com o apoio da Prefeitura de Chapecó, do Sebrae e da Fundação Científica e Tecnológica em Energias Renováveis.
Disponível em:http://www.pedrouczai.com.br/index.php/noticias/11-slideshow-slideshow/55-sustentar-2011-sera-lancado-segunda-feira-em-chapeco. Aceso em: 26/08/2011

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Chapecó, 94 anos, reflexões

Parabéns a esta bela cidade, que é a minha cidade. Agora, precisa melhorar muita coisa:
- o povo que foi pro Expoente lá no Bairro Seminário, no meio do barro e sem iluminação pública adequada;
- os buracos na rua;
- o salário dos servidores municipais defasado;
- a falta de incentivos para a agricultura familiar;
- a falta de investimentos na saúde;
- o aumento da criminalidade, a falta de segurança pública;
- a falta de lazer, para muitos moradores dos bairros;
- a maneira como a Prefeitura abandonou o IFSC e a UFFS (podiam pelo menos ter feito um asfalto);
- a falta de planejamento para os novos loteamentos (o bairro Seminário, por exemplo, sem espaço nas escolas, creches, postos de saúde).

Mas mesmo assim, parabéns ao povo chapecoense. Temos do que nos orgulhar. Universidades, povo trabalhador, forte agricultura familiar, o belo Rio Uruguai, a Chapecoense, um povo miscigenado e hospitaleiro.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011



Pequenas nuvens que surgiram como resultado da evapotranspiração da floresta amazônica, em torno do Rio Juruá, AM. Foto Gérard Moss

Uma procissão de chuvaradas, sul do Goiás. foto: Gérard Moss

Disponível em:http://www.riosvoadores.com.br/o-projeto/rios-voadores. Acesso em: 22/08/2011

O Fenômeno dos Rios Voadores

O termo ‘rio voador’* descreve com um toque poético um fenômeno real que tem um impacto significante em nossas vidas.

Rios voadores são cursos de água atmosféricos, invisivíes, que passam em cima das nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil.

A floresta amazônica funciona como uma bomba d'água. Ela puxa para dentro do continente umidade evaporada do oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta esquentada pelo sol tropical, as árvores devolvem a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante.

Propelidas em direçao ao oeste pelos ventos alíseos, as massas de ar carregadas de umidade - boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta - encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Elas se precipitam parcialmente nas encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos. Barradas pelo paredão de 4.000 metros, as correntes aéreas (ou rios voadores), ainda carregadas de vapor d’água, fazem a curva e partem em direção ao sul, para as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e os países vizinhos. É assim que o regime de chuva e o clima do Brasil se deve muito a um acidente geográfico localizado fora do país.

Ao se encontrar com certas condições meteorológicas, como uma frente fria vinda do sul, por exemplo, essa umidade trazida da Amazônia pelos rios voadores (que a gente nem percebe) pode ser transformada em chuva. Chuva essa que é de suma importância para nossa vida e para a economia do país, irrigando as lavouras, enchendo os rios terrestres e as represas que fornecem nossa energia. O projeto Rios Voadores busca colocar uma lupa neste processo, voando junto com os ventos, coletando amostras de vapor em busca de maiores explicações.

Por incrível que pareça, a quantidade de vapor de água transportada pelos rios voadores pode ter a mesma ordem de grandeza, ou mais, que a vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s), tudo isso graças aos serviços prestados da floresta. Estudos promovidos pelo INPA já mostraram que uma árvore com copa de 10 metros de diâmetro é capaz de bombear para a atmosfera mais de 300 litros de água, em forma de vapor, em um único dia - ou seja, mais que o dobro da água que um brasileiro usa diariamente! Estima-se que haja 600 bilhões de árvores na Amazônia: imagine então quanta água a floresta toda está bombeando a cada 24 horas!

A preservação da Floresta Amazônica é essencial para o Brasil. As imagens das queimadas e do desmatamento são tristes, mas a repercussão a longo prazo pode ser ainda pior. Não somente pela perda da biodiversidade, mas porque a destruição da Floresta Amazônica pode trazer consequências inimagináveis. Ela não é apenas um monte de árvores longe da gente. Mesmo distante, ela tem um impacto significante em nossas vidas, regulando o clima, absorvendo calor do sol ao transforma a chuva em vapor de água e fornecendo umidade para outras regiões do Brasil. Se ela desaparecer, vai sobrar ainda mais ar quente, e será ar muito quente!

Disponível em:http://www.riosvoadores.com.br/o-projeto/rios-voadores. Acesso em:22/08/2011

Rios Voadores

Formação da Rede Municipal de Chapecó-SC. Chapecó foi escolhida uma das 7 cidades a ser monitorada por este projeto, que discute a questão da formação das massas de ar da Amazônia, que encontram a Cordilheira dos Andes e se deslocam rumo ao sul, sempre provocando muitas chuvas. Mais informações em www.riosvoadores.com.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Energia solar na Índia terá o mesmo preço da convencional em 2019-2020: Relatório

Estudo divulgado na última semana avalia a queda do custo da geração como um incentivo para o uso da energia solar

A consultoria KPMG afirmou que uma política agressiva pode fazer com que o preço da energia solar caia entre 5% a 7% por ano na próxima década, garantindo a paridade com a rede em breve.

Os planos da Índia é produzir 20 gigawatts de energia solar até 2022, apesar de obstáculos como custos de produção, falta de mão de obra especializada e conhecimento ainda existam.

“O ritmo no qual a diferença entre as tarifas solares e as convencionais diminui vai determinar o ritmo pelo qual a energia solar irá decolar", afirma o relatório.

“Enquanto nós esperamos a paridade para os consumidores domésticos e agrícolas em 2019-2020, a adoção da energia solar deverá acontecer ainda antes”.

Leia mais, clicando aqui.

Fonte: CarbonoBrasil/Reuters

Disponível em:http://www.institutoideal.org/conteudo.php?&sys=noticias&arquivo=1¬icia=822&ano=2011. Acesso em 19/08/2011

Quase oito anos do texto A internacionalização do Mundo - 28/3/08

.
Em 2000, Cristovam publicou o artigo A internacionalização do Mundo, em o Globo. O texto ganhou a internet e o mundo, sendo traduzido para vários idiomas. Abaixo, o texto na íntegra, seguido de uma entrevista com Cristovam, sobre o assunto, publicada no site Observatório da Imprensa. Quem quiser pode acessar o vídeo: http://br.youtube.com/watch?v=awniNjJ0eC0
A internacionalização do mundo

O Globo-10/10/2000- Cristovam Buarque

Fui questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia, durante um debate, nos Estados Unidos. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para uma resposta minha. De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.

Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia é para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse imenso patrimônio da humanidade.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, possa ser manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada.

Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa.
Disponível em :http://www.cristovam.org.br/portal2/index.php?option=com_content&task=view&id=546&Itemid=2. Acesso em 19/08/2001

Eduardo Galeano 2

Outra grande obra é De Pernas Pro Ar - A Escola do Mundo ao Avesso, onde discute termos modernos, que são suavizados, discute a questão do preconceito, da exploração capitalista, das desigualdades sociais ainda existentes no mundo, a diminuição dos sentidos, e por conseguinte, a diminuição dos bons sentimentos, como a solidariedade.Veja abaixo alguns fragmentos:

“Mundo Infantil"
É preciso ter muito cuidado ao atravessar a rua, explicava o educador colombiano Gustavo Wilches a um grupo de meninos.

- Ainda que abra o sinal verde, jamais atravessem sem olhar para os dois lados.

Wilches contou aos meninos que certa vez um automóvel o atropelara e o deixara caído no meio da rua. Recordando o acidente que quase lhe custara a vida.

Wilches franziu o cenho. Mas os meninos perguntaram:

De que marca era o carro? Tinha ar condicionado? Teto solar elétrico? Tinha faróis de neblina? De quantos cilindros era o motor?” (GALEANO, 1999, pg. 12)

Percebe-se que esta vida moderna, bastante agitada, com o advento da televisão, dos jogos eletrônicos, da Internet, às vezes nossas crianças e adolescentes perdem a noção do real. Na escola é altamente perceptível isto.

Eduardo Galeano

Este grande escritor uruguaio, famoso pela obra Veias Abertas da Ámérica Latina, onde fica célebre a frase "a Espanha tinha a vaca, mas os outros é que tomavam o leite", demonstrando que mesmo explorando suas colônias americanas, a Espanha não soube reproduzir essas riquezas ( com a industrialização, por exemplo)
Mas há outra grande obra, Futebol ao sol e a sombra. Abaixo, uma das tantas crônicas deste livro.

AS ORIGENS (pgs. 25-27)

No futebol, como em quase tudo, os primeiros foram os chineses. Há cinco mil anos, os malabaristas chineses faziam dançar a bola com os pés, e foi na China que tempos depois se organizaram os primeiros jogos. A meta ficava no centro e os jogadores evitavam, sem usar as mãos, que a bola tocasse no chão. De dinastia em dinastia continuou o costume, como se vê em alguns relevos anteriores a Cristo, e também em algumas gravuras posteriores, que mostram os chineses da dinastia Ming jogando com uma bola que parece da Adidas.
Sabe-se que em tempos antigos os egípcios e os japoneses se divertiam chutando a bola. No mármore de uma tumba grega de cinco séculos antes de Cristo, aparece um homem fazendo embaixadas com a bola no joelho. Nas comédias de Antífanes, há expressões reveladoras: bola longa, passe curto, bola adiantada... Dizem que o imperador Júlio César era bastante bom com as duas pernas, e que Nero não acertava uma: em todo caso, não há dúvida de que os romanos jogavam algo bastante parecido com o futebol enquanto Jesus e seus apóstolos morriam crucificados.
Pelos pés dos legionários romanos a novidade chegou às ilhas britânicas. Séculos depois, em 1314, o rei Eduardo II estampou seu selo numa cédula real que condenava este jogo plebeu e alvoroçador, “estas escaramuças ao redor de bolas de grande tamanho, de que resultam muitos males que Deus não permita”. O futebol, que já se chamava assim, deixava uma fileira de vítimas. Jogava-se em grandes grupos, e não havia limite de jogadores, nem de tempo, nem de nada. Um povoado inteiro chutava a bola contra outro povoado, empurrando-a a pontapés e murros até a meta, que então era uma longínqua roda de moinho. As partidas se estendiam ao longo de várias léguas, durante vários dias, à custa de várias vidas. Os reis proibiam estes lances sangrentos: em 1349, Eduardo III incluiu o futebol entre os jogos “ estúpidos e de nenhuma utilidade”, e há éditos contra o futebol assinados por Henrique IV em 1410 e Henrique VI em 1547. Quanto mais o proibiam, mais se jogava, o que não fazia mais que confirmar o poder estimulante das proibições.
Em 1592, em sua Comédia dos Erros, Shakespeare recorreu ao futebol para formular a queixa de um personagem:
- Rodo para vós de tal maneira... Tomai-me por uma bola de futebol? Vós que me chutais para lá, e ele me chuta para cá. Se devo durar neste serviço, deveis forrar - me de couro.
E uns anos depois, em Rei Lear, o conde de Kent insultava:
- Tu, desprezível jogador de futebol!
Em Florença, o futebol se chama calcio, como se chama ainda em toda a Itália. Leonardo da Vinci era torcedor fervoroso, e Maquiavel jogador praticante. Participavam equipes de 27 homens, distribuídos em 3 linhas, que podiam usar as mãos e pés para golpear a bola e estripar os adversários. Uma multidão assistia às partidas, que se celebravam nas praças mais amplas e sobre as águas congeladas do Rio Arno. Longe de Florença, nos jardins do Vaticano, os papas Clemente VII, Leão IX e Urbano VIII costumavam arregaçar as batinas para jogar calcio.
No México e na América Central, a bola de borracha era o sol de uma cerimônia sagrada desde uns mil e quinhentos antes de Cristo; mas não se sabe desde quando se joga o futebol em muitos lugares da América. Segundo índios da selva amazônica da Bolívia, tem origens remotas à tradição que os leva a correr atrás de uma bola de borracha maciça, para metê-la entre dois paus sem fazer uso das mãos. No século XVIII, um sacerdote das missões jesuítas do Alto Paraná, descreveu assim um costume antigo dos guaranis. “Não lançam a bola com a mão, como nós, mas com a parte superior do pé descalço”. Entre os índios do México e da América Central, a bola era golpeada geralmente com o quadril ou com o antebraço, embora pinturas de Teotihuacán e de Chichén-Itzá revelem que certos jogos se chutava a bola com o pé e com o joelho. Um mural de mais de mil e quinhentos anos mostra um avô de Hugo Sánchez jogando como canhoto em Tepantitla. Quando o jogo terminava, a bola culminava sua viagem: o sol ao amanhecer depois de atravessar a região da morte. Então, para que o sol surgisse, corria o sangue. Segundo alguns entendidos, os astecas tinham o costume de sacrificar os vencedores. Antes de cortar-lhes a cabeça, pintavam seus corpos em faixas vermelhas. Os eleitos dos deuses davam seu sangue em oferenda, para que a terra fosse fértil e o céu generoso.





Extraído de GALEANO, Eduardo. Futebol ao sol e à sombra. Tradução de Eric Nepomuceno e Maria do Carmo Brito. Porto Alegre: LP&M, 2002

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Rebeldes, mas não ‘ladrões’

Por Gianni Carta, na CartaCapital - Disponível em:
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/rebeldes-mas-nao-ladroes.html.Acesso em: 15/08/2011
A onda de violência na Grã-Bretanha foi provocada por um bando de “ladrões”´ e “doentes”. Numerosos pertencem a gangues de jovens encapuzados, os hoodies. Palavras do primeiro-ministro britânico, David Cameron, em sessão extraordinária no Parlamento, nesta quinta-feira 11. Em miúdos, os ladrões, ou doentes, ou quem sabe ladrões doentes encapuzados, não têm uma agenda. Só querem saquear.

Foram raros os articulistas britânicos a questionar o discurso simplista do primeiro-ministro conservador. Para minha surpresa, até colunistas de diários de esquerda, como o The Independent, concordaram com Cameron. Esses escribas não levaram em conta como a maior recessão desde os anos 1930 e o programa de austeridade implementado pelo governo suscitaram a erosão da qualidade de vida das classes médias e pobres. Também ignoraram o fato de os integrantes de minorias serem os mais afetados pela crise e pelo programa de austeridade. Colunistas da imprensa brasileira adotaram, acríticos, a fórmula de Cameron: os rebeldes são ladrões.

Cameron, vale exprimir, está atravessando a crise mais grave desde que assumiu o cargo, 15 meses atrás. Teve de encurtar suas férias na Toscana, e, ao chegar a Londres, vestiu a camisa do premier linha-dura. Em grande parte, adotou essa postura devido à sua imagem negativa nas pesquisas. Em uma delas, a maioria das 2.534 pessoas interrogadas (57%) revelou-se insatisfeita com a lenta reação do primeiro-ministro. Na mesma enquete, a maioria dos britânicos (42%) estimou que as manifestações estão ligadas a comportamentos criminosos. E apenas 8% dos interrogados acham que a onda de violência é consequência do programa de austeridade. Criticado por ter tido de cortar 16.200 policiais por conta do programa de austeridade, Cameron cogita usar o exército se houver novos protestos.

Nas revoltas que sacudiram a França no final de 2005, os jovens também não tinham uma agenda. Como os ingleses, saquearam lojas e supermercados. Adotaram, ainda, a prática de incendiar automóveis. Na verdade, o problema, como sempre nessas revoltas a assolar a Europa, é muito mais profundo. Além de ter raízes na recessão, a questão do racismo sempre entra na equação. Na Grã-Bretanha, os conflitos tiveram início dois dias depois de a Scotland Yard matar Mark Duggan, um negro de 29 anos e pai de quatro filhos. Na esteira, minorias e brancos – e, de fato, hoodies –, se agregaram às manifestações país afora.

O programa de austeridade provocou o declínio dos serviços públicos, e o nível de desemprego, principalmente no setor público, está em ascensão. As medidas adotadas pelo governo alastram a fissura entre privilegiados e classes médias. O governo de Cameron cortou, por exemplo, os impostos do 1% dos mais endinheirados e aumentou o valor agregado – em período de recessão. Em suma, o poder aquisitivo das classes médias só pode declinar. Ao mesmo tempo, a fatia dos pobres, em sua maior parte formada por minorias marginalizadas, cresce.

Quem não ficaria revoltado com essas medidas a favorecer os privilegiados? Lee Jasper, ativista pelos direitos das minorias, respondeu para o diário italiano La Repubblica: “Condeno a violência, mas em parte. Condeno mais a violência econômica: o desemprego, a falta de oportunidade para os jovens no futuro. Essa violência não é reconhecida”.

Na verdade, não surpreende o fato de essas revoltas terem acontecido no Reino Unido, o país com maior disparidade social na Europa. Segundo um artigo do semanário Time, publicado em 2008, uma em cada três crianças nasce abaixo do nível de pobreza. A escassa possibilidade de mobilidade social deve-se à estrutura de classes, mantida pelas elites em grande medida por meio do sistema escolar. O ensino na maioria das escolas públicas é muito inferior ao das particulares. No setor público a média de alunos por classe é 26,2% comparada a 10,7% no privado.

A Fulham Prep School, escola privada ao sudoeste de Londres, cobra 24 mil dólares ao ano por criança. Essas escolas formam os futuros alunos de Oxford e Cambridge (ou Oxbridge), num reino onde 93% da população estudam em escolas públicas. Se os 7% a frequentar as particulares chegam a Oxbridge, cerca de 50% dos alunos de escolas públicas têm o mesmo paradeiro. E qual será o porcentual dos outros 50% que viram violentos hoodies? Esses excluídos tendem a participar em levantes de todos os tipos. E saqueiam. Mas as raízes dos levantes são mais profundas…

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O linchamento que muitos querem esquecer

Obra da escritora chapecoense Mônica Hass, que fala sobre a queima da Igreja e de um linchamento decorrente da queima desta igreja. Isto ocorreu em 1950, e foi um fato marcante, que levou de maneira negativ ao mundo a imagem de Chapecó-SC. Mostra elementos de coronelismo,mandonismo, práticas violentas, especialmente das pessoas ligadas ao poder naquela época
Imagens retiradas da obra de HASS, Mônica. O Linchamento que muitos querem esquecer. Chapecó: Grifos, 1999.


Fotos da UHE Foz do Chapecó, Linha Cachoeira, Chapecó-SC. Créditos Marineiva Macali. No lindo Rio Uruguai.


Chapecó, 94 anos

Chapecó é a principal cidade do Oeste de SC. É conhecida como a capital do Oeste. Cidade de cerca de 190 mil habitantes, com uma economia pujante, e uma população extremamente heterogênea. Sua ocupação se dá a partir da fundação do município em 25 de agosto de 1917. Mas a sede municipal inicialmente ficou revezada em Passo Bormann (atual Distrito de Marechal Bormann, Chapecó-SC), e Xanxerê (um município próximo, emancipado em 1954).
O nome Chapecó deriva do Rio Chapecó (que nem corta o atual território chapecoense A historiografia é meio confusa, falam que Chapecó siginifca "Caminho das Roças", ou que tem a ver caçar com fachos em cachoeiras, mas quando dei aulas na Escola Kaigang Sãpe-Ty-Kó, pronúncia "Champetakó", os indígenas diziam que em Kaingang significaria "chapeú de cipó".
Por ser próximo ao Rio Grande do Sul, e a colonização municipal se dar por muitos imigrantes gaúchos, as tradições municipais envolvem a exisntência de CTGs, ao churrasco e ao chimarrão, as preferências clubísticas a Inter e Grêmio (e é claro, para a Chapeconese, o time local).

Pablo Neruda, poeta chileno


United Fruit Co.
Quando soou a trombeta, estava
tudo preparado na terra,
e Jeová repartiu o mundo
entre a Coca-Cola Inc., a Anaconda,
a Ford Motors, e outras entidades:
Para a Fruit Company Inc.
se reservou o mais suculento,
a costa central de minha terra,
a doce cintura da América.
Batizou de novo suas terras como
"Repúblicas de Bananas,"
e sobre os mortos dormidos,
sobre os heróis inquietos
que conquistaram a grandeza,
a liberdade e as bandeiras,
estabeleceu a ópera bufa: alienou os arbítrios
deu de presente coroas de César,
desenvolveu a inveja, atraiu
a ditadura das moscas,
moscas Trujillos, moscas Tachos,
moscas Carías, moscas Martínez,
moscas Ubico, moscas úmidas
de sangue humilde e geléia,
moscas borrachas que zumbem
sobre as tumbas populares,
moscas de circo, sábias moscas
entendidas em tiranía.
Entre as moscas sanguinárias
a Fruit desembarca,
arrasando o café e as frutas,
em seus barcos que deslizam
como bandejas o tesouro
de nossas terras submergidas.
Enquanto isso, pelos abismos
açucarados dos portos,
caíam indios sepultados
no vapor da manhã:
um corpo roda, uma coisa
sem nome, um número caído,
um cacho de fruta morta
derramada na podridão.”

Pequeno resumo de Filosofia (Alunos da EJA-SESI)

MITO-Conjunto de informações e conhecimentos espontâneos, que não necessitam de provas. Exemplos: Mito da Mandioca, do boto cor de rosa, de Narciso, do deus Thor.
RELIGIÃO-deriva de um conjunto de mitos que passa a ser seguida, com crenças sobrenaturais, incluindo a presença de deus (ses). Religar (com o divino)
Panteísmo – religiões ligadas aos cultos animistas, fetichistas ou totemistas, dos primeiros agrupamentos humanos. Deus é tudo.
Politeísmo – vários deuses. Divindades greco-romanas, hinduísmo, religiosidade egípcia, nórdica, asteca, etc.
Monoteísmo – um único deus. Judaísmo, Cristianismo, Islamismo.
Ateísmo – desconsidera-se a existência de um ser superior. Budismo, religiões asiáticas modernas, ausência de religião.
FILOSÓFOS DA NATUREZA OU PRÉ-SOCRÁTICOS
Tales de Mileto – vida surge da água. Anaximandro – o mundo se desdobra em outros mundos, infinito. Anaxímenes – o mundo surge do ar. Parmênides – o mundo e todas as coisas sempre existiram; nossos sentidos nos dão uma visão enganosa do mundo. Heráclito – tudo está em constante movimento, tudo flui; “não podemos entrar duas vezes no mesmo rio”. Empédocles – a natureza deriva da combinação da terra, do ar, do fogo e da água. Anaxágoras – o mundo é constituído de minúsculas partículas invisíveis. Demócrito – tudo é imutável e eterno, minúsculas partículas indivisíveis que ele chamou de “átomos”.
SÓCRATES – questionador, instigava as pessoas com questionamentos (maiêutica), foi condenado a beber cicuta (veneno), não deixou nada escrito. “Só sei que nada sei”.
PLATÃO - discípulo de Sócrates, organizou as ideias deste na obra Diálogos. Organizou a escola que recebeu o nome de Academia de Platão (teve quase mil anos de existência a referida escola). Cada coisa que há no mundo de um modelo ideal, para que se tenha a noção (de belo, de feio, de valente, etc.) Mito da Caverna: a mente humana é comparada a um homem que vive em uma caverna. Para Platão, o filósofo consegue ver a vida real com mais profundidade, consegue ver mais do que sombras projetadas na parede caverna.
ARISTÓTELES – discípulo de Platão, tentou conciliar o idealismo platônico com o materialismo já existente (em Demócrito, por exemplo). Fundou uma Escola próxima ao templo de Apolo Lício (liceu). Dividiu o mundo em coisas inanimada (pedras, terra, etc), coisas vivas (pessoas, vegetais, animais). Estes são movidos pelos corpos celestes; já os corpos celestes são movidos pelo “primeiro motor” ou Deus.